Friday, November 11, 2011

RETORNO

Gente, retornei depois de meses desaparecida! Sou apaixonada por escrever, como vocês sabem e, mesmo agora depois de meses, tenho recebido e-mails de pessoas que leem meu blog. Me disseram para eu continuar escrevendo pois meu intercambio é eterno e ele nunca acaba. Eu sei de tudo isso, eu sempre soube e eu amo escrever aqui! Entretanto, o tempo no Brasil, a vida, a dimensão das coisas aqui são muito diferentes, aqui o tempo voa, eu faço mil coisas em um dia e eu não paro. Na Dinamarca, eu estava a em introspecção, foi quase uma viagem a mim mesma e escrever aqui quase que semanalmente, era parte dessas reflexões. Hoje estou em um momento muito introspectivo e louca para contar as novidades! E achei um tempinho para isso.
Resumindo: primeiros dois meses eu me sentia perdida. Eu me sentia muito sozinha, sem pátria, eu amava a Dinamarca e no segundo seguinte estava feliz de estar de volta ao Brasil. Eu chorava facilmente, estava mais irritada, não conseguia me conformar com quem eu era. Nesse período e escrevia um diário e, lendo agora, vejo o quão perturbada eu estava. Era difícil e ao mesmo tempo fácil estar com a minha família e amigos. Eu me agarrei a várias coisas para explicar algo muito maior: adaptação. Se adaptar à casa da gente é ainda pior, você é brasileiro, não tem uma desculpa para saber como se portar. Bem, até hoje, quatro meses depois, eu levo meu prato de volta para a cozinha do restaurante do Cursinho, pois eu estava acostumada com isso! Perdi amigas, eu sinto isso, e essa é a parte mais triste. Mas, eu não me importo tanto assim, pois ganhei outros, ganhei mais prioridades. E o processo de perda de uma amizade é lento, não te impacta tanto. Acho que voltei para os verdadeiros amigos, entretanto, às vezes ainda me sinto muito sozinha. E, nessas horas lembro de meus amigos da Dinamarca e como eles se preocupavam comigo e como eu tinha gente ao redor de mim o tempo inteiro.
Voltando ao "resumo". Tentei validar meu ano, fui atrás de todos os documentos, enviei para o conselho estadual. Enquanto esperava, iniciei as aulas da auto-escola e retomei com o teatro na minha companhia ATOR COM MENTA, minha primeira semana no Brasil e já entrei nos ensaios da peça! Rever as pessoas é um processo estranho, alguns amam você e dizem que está igual, outros dizem como você ficou linda, outros não querem mais saber de você. Eu começava a chorar por motivos idiotas e no final, sabiam que era porque eu queria estar com a Anne ou a Charlotte. Meus dois primeiros meses eu sentia saudades da Anne 24 horas. Mas ao mesmo tempo, você não quer voltar pra lá, porque voltar é mais adaptação, mais saudades do Brasil tudo de novo. Eu queria estar no limbo, é essa a sensação da adaptação. Mas sai muitooo com meus amigos, isso foi bom. E aproveitei bastante minha família. Nessa época, eu falava muito com a Dinamarca, lia em dinamarquês. Porém, eu tinha muito medo, medo de que fosse estranho falar com minha família.
Nesse meio tempo, descobri que não validariam meu ano por eu não ter ficado no terceiro ano lá na Dinamarca, todo meu esforço por nada. Entrei em crise, eu teria de voltar mais seis meses pro colégio, ou fazer 13 provas finais sem professor estudando por conta. Escolhi a última opção e chorei uma noite inteira ante essa perspectiva. Estudei muito, com a ajuda de amigos para as matérias mais difíceis e, em dois meses passei de ano! Nem acreditei, fiquei orgulhosa de mim. Ou seja, três meses depois de voltar eu já tinha:
-Passado em 13 provas finais sem professor, estudando em casa
-Passado na prova da auto-escola, ganhado a carteira de motorista!
-Com uma peça de teatro quase pronta
-Me inscrito no vestibular da UFRGS
-Ter feito um trabalho de pesquisa teórica e prática sobre Otelo e Emília e feito o monólogo de Emília para a minha prova de Habilidade Específica da UFRGS (a primeira parte do vestibular, para qual eu estava tão nervosa. A rpova foi ótima, fiz meu monólogo, minha improvisação com frase que eles me deram na hora e ainda uma entrevista sobre a obra. Senti que as professoras julgadoras gostaram de mim, perguntaram se eu já trabalhava com teatro. RESULTADO= APROVADA)
-Iniciei um mês de cursinho para passar na segunda parte da prova, a parte teórica em janeiro.
-Enviei ,eu livro para o Prêmio SESC de Literatura. O livro já estava pronto, cheguei no Brasil, o corregi e duas semanas depois de ter voltado já tinha enviado.
-Fiz uma oficina de dança contemporânea incrível, porém muito difícil.
-Me inscrevi para uma oficina de teatro do melhor grupo de pesquisa teatral do país,o LUME. Carlos Simioni, o ator que nos dá essa oficina, trabalha na Dinamarca com um dos melhores teatrólogos, Eugênio Barba, no Odin Teater, um sonho para qualquer um. E quando eu estava lá eu não sabia disso! E a sede do Odin é em Holstebro e esse cara, o Carlos Simioni, já tinha apresentado até em Ringkoebing! Enquanto eu estava lá! Descobri tudo isso hoje e fiquei indignada! hahaha
-Iniciei meu trabalho como voluntária ativa do AFS desde a primeira semana de Brasil, dando aula de português para os intercambistas 4 horas por semana (já fiz amizade com eles!). Mas, eles parecem tão imaturos para mim agora. Eu vejo a Carina insegura de meses atrás, e de tanto explicar esses processos e escrever no blog e refletir, eu já cansei um pouco dessa excitação do intercambio. Não me emociono mais de ouvir diversar línguas, de falar sobre intercambio, pois essa virou minha rotina, virou um pedaço da minha vida. Não sei se isso é bom, acho que é, quer dizer que o meu intercambio nunca vai acabar, tanto que eu continuo vivendo as diferenças culturais. Não sei explicar o que mudou, eu cresci, é isso. Acho que cresci muito desde que cheguei ao Brasil, não tive tempo de sofrer muito.
Isso é uma coisa que eu queria falar, minha vida aqui se tornou cheia de projetos e possibilidades. Minha vida voltou a uma rotina, mas uma rotina moldada por mim. Isso foi muito difícil, pois eu tenho muito pouco tempo. E então, há trocas, posso ter tido sorte de ter conseguido e batalhado por tudo que queria. Entratanto, não falo mais muito com a dinamarca, meu dinamarques está ficando ruim. Vocês vão me dizer: Não deixa isso acontecer, Cari!" Eu sei, eu me sinto horrível muitas vezes, a única coisa que eu pude trazer de lá foi a língua e o orgulho de ser dinamarquesa, e estou perdendo a língua! Eu me sinto morrendo de saudades, querendo estar lá e ao mesmo tempo com um medo enorme de falar com as pessoas, com uma vontade de estar aqui. E eu respondo a mim mesma que eu não posso me cobrar esse contato, porque agora eu tenho uma vida, eu tenho objetivos, horários que me separam deles por 5 horas e um mundo diferente, onde eles tem horários menos apertados que os meus. Eu estava me matando para falar com eles, mas não era recíproco. E aí? Sei que eles me amam, sei que quando eu volta, por mais que eu tema que seja estranho, vai ser o mesmo. Porém, quando o intercambio é a sua vida, você aprende que quando você está em uma dimensão, não se consegue ter muito contato com a outra, se perde a outra. Tem dias que eu quero resgatar a Dinamarca, eu me orgulho de ter ido para lá, eu me sinto um lixo de perder dinamarques. Mas, vocês acham que eu não fico horas online esperando a anne ou alguém e ninguém aparece? Estava quase certo que a Anne vinha em fevereiro, ela não responde minhas mensagens mais para confirmar. Eu me sinto perdida ainda. Não na minha vida aqui, amo minha vida. Essa semana a oficina do Simioni me deixou ainda mais encantada com teatro, ainda mais por eu ter conseguido a vaga entre somente profissionais do teatro. Amanhã é minha estréia da peça IM-PULsAR. Fiquei triste que vou ter que faltar um dia de oficina para me apresentar, mas eu aprendi isso no intercambio, não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Guardo a Dinamarca com demasiado amor e carinho, eu tenho muita saudade, mas uma saudade que eu não percebo que está ali e que eu só acordo às vezes, pois quando o faço me sinto mal. Eu aprendi que o certo é eu viver aqui, não que lá tenha acabado, não é nada disso. É só que a gente precisa crescer e deixar coisas para trás, mas sempre retornar a elas quando puder. Eu amo estar de volta, e mesmo quando eu estava lá, minha cabeça ficava muito no Brasil. Minha conclusão: NADA É COMO A CASA DA GENTE! Ninguém é como nossa mãe de verdade, nosso cachorro, nossa cama, nossos sonhos que começam a se construir daqui. Eu não conto para ninguém que eu morei um ano fora se não me perguntam, mas às vezes me sinto tão especial por ter 18 anos e já trabalhar ativamente nessa organização maravilhosa da AFS e me meter em cursos de teatro e peças bem avançadas. Não sei, eu aprendi isso no meu intercambio, a deixar a cara a bater e se jogar, afinal, lá eu não tinha no que me agarrar, e uso isso para a minha vida agora. Eu me joguei nas provas, no livro, nas oficinas, na minha vida aqui. Mas, ainda assim, quando eu posso falar com alguém que conhece a Dinamarca, meu coração dá um pulo e se enche de orgulho. FORDI JEG VIL VAERE ALTID DANSKER! PORQUE EU VOU SER SEMPRE DINAMARQUESA!
Quanto minha família, cachorro e namorado, tudo está perfeito. Eu voltei com meu namorado quando nossas cabeças se acostumaram com o fato de que não nos falávamos mais por skype, estamos muito bem. Nos amamos ainda mais, e estamos com a relação ainda mais sólida agora. Eu acho que a gente nunca se separou realmente, eu sempre tive muita conexão com ele. Foi bom ter esse tempo para nos descobrirmos. Mesmo assim, vamos fingir que nunca nos separamos, porque daí dia 29 de fevereiro de 2012 vamos comemorar nosso 4º ou 1º aniversário de namoro! :D
Gente, vou escrever assim que der sobre como está sendo legal fazer parte da AFS aqui, ir em reuniões, encontros, ser profe e amiga e ver como as coisas mudam, como a gente muda e enxerga neles uma situação óbvia que já vivemos tanto! hhahaha
Me desejem MERDA pra peça amanhã! Tchauu Hej hej

Wednesday, July 6, 2011

FARVEL DANMARK/ ADEUS DINAMARCA

Faz tanto tempo que eu não escrevo, e agora estou escrevendo meu primeiro post de volta ao Brasil. A todos os futuros intercambistas que estão lendo, quero demais poder entrar em contato com vocês e ajudá-los, porque sinto que esse meu sonho nunca vai realmente acabar, para sempre serei metade dinamarquesa e intercambista e quero ajudá-los a realizar esse sonho que eu tanto esperava e agora já aconteceu! Aproveitem, gente. O início é difícil e não se curte muito, mas vocês vão conseguir superar a saudades. Agora, o adeus a Dinamarca é a parte mais difícil, triste, perturbadora. hahaha
Por onde eu começo? A minha última semana no país dos contos de fada, da liberdade, da perfeição. O país que eu demorei uns quatro meses para consegui fazer amigos, aprender a língua e cultura. E depois, o país que se tornou minha casa, os amigos que se tornarão meus melhores amigos de toda a vida.
Eu nem lembro direito o que escrevi ou não. Sei que me despedi de tantas pessoas importantes para mim, do meu ginásio, da minha casa, da minha vida por um ano. E senti tanto medo de voltar, eu tinha ataques de choro durante a noite. Sei que eu posso parecer exagerada, mas se sente uma dor tão forte em saber que é a última vez que você vai dar um abraço na sua amigona, e não se sabe quando você vai vê-la de novo. A Anna e a Annika foram me ajudar a arrumar as malas, fizemos negrinhos e nos divertimos muito. Dei muitos presentinhos pra elas, e elas já me ligaram dizendo que pensam em mim quando olham para os presentes. Depois disso, a turma da Anne veio de carruagem (lá, a tradição é ir de carruagem com toda a turma nas casas de todos da turma por uma meia hora para comer e beber). Então, com a carruagem toda decorada eles foram até minha casa. Nós enfeitamos toda a casa e eu fiz negrinhos, todos amaram. Depois que eles foram embora eu arrumei minhas malas e tive outros tantos ataques de choro.
Sábado a noite, cantamos mil canções dinamarquesas. Foi ótimo! E minha mãe do Brasil falou com minha família na Dinamarca, senti-me completa por ter as minhas duas famílias tão amigas. Eu disse boa noite a uma da manhã e a Anne dormiu comigo, tive diversos ataques de choro novamente hahahah. Na manhã seguinte, pegamos o carro e fomos até cope onde eles me largaram no camp. Mas, no carro eles cantaram músicas lindas para mim e conversamos e rimos. Eu estava tão nervosa, meu ano se foi! E então, ao chegarmos no camp, sentamos na grama e conversamos. Na hora de dizer adeus, minha família me deu um abraço em grupo e começou a gritar FAMILIE KRISTENSEN! Eles são a família mais louca e maravilhosa, nós combinamos perfeitamente como família. Não dissemos adeus, e sim até logo. Foi como se eu fosse voltar amanhã. Minha mãe disse: Uma vez membro da família, para sempre membro da família. Tuas roupas estão aqui no armário te esperando. :) Chorei tanto. E aí eles deram duas voltas ao redor do estacionamento abanando as havainas e gritando meu nome. O último abraço foi tão forte. Entrei no camp, abracei a Cherry e chorei todas as tristezas.
Logo após, tivemos que escrever uma carta para nós mesmos no futuro. Você sabe como eu amo escrever, mas não consegui, só queria chorar, assim como todos os outros intercambistas. Foi o único camp, sem ser o primeiro, que pudemos ver todos os intercambistas na Dk, e por isso foi o melhor porque já tínhamos tantos amigos. Mas, foi o mais triste, porque dissemos tchau a todos que amamos. Fiquei muito tempo com vaclav, francisco e charlotte e também com as pessoas do meu comitê, minhas amigas da frança e da hungria.
Era a mesma escola e as mesmas pessoas do primeiro acampamento, e então tudo relembrava a nossa chegada, a nossa estaca zero. Tinha muito medo de esquecer meu ano quando eu voltasse, mas isso nunca vai acontecer. O único problema, é que só faz uma semana que eu cheguei e já parece um sonho, mesmo que eu fale com meus amigos e família da Dinamarca todos os dias.
Ás três da manhã foi o primeiro grupo embora, os bolivianos. Todos nós esperamos acordados para nos despedir, então choramos mais meia hora e abraçamos todos os nossos amigos. E foi assim a cada hora, a cada hora tínhamos que dizer adeus a alguém especial e todos ficavam tão tristes. E eu sabia que minha hora ia chegar, eu não dormi nada aquela noite.
Meu último abraço na Charlotte foi terrível, eu senti que ia desmaiar. Ás três, eu disse adeus ao acampamento e vi meu amigo maluco da Hungria chorando! Cara, ele é a pessoa mais feliz que eu conheço, mas me abraçou tão desesperado! E lá fui eu e os brasileiros e chilenos ao som das palmas.
No aeroporto, contra as regras da AFS, minha irma que estava no Roskilde (um festival de rock perto de cope) foi me dar tchau. A gente ficou cantando músicas e todos ficavam olhando as duas louquinhas abraçadas. E então, começou a parte mais difícil, o trio se desfez. O Francisco nos deu adeus. E eu tentei sorrir, mas as lágrimas vinham tão fortes. E aí, eu estava sozinha com os brasileiros, minha mana e vaci. Ficamos os três de mãos dadas, conversando como se nada tivesse acontecendo. E então, veio o momento final, a fila estava acabando, eu tinha que entrar pro portão de embarque e eu disse: "É AGORA!" E o Vaci disse que não e me abraçou tão forte e ficou com o rosto no meu ombro chorando, eu nunca vi ele chorar, ele disse que foi a primeira vez em três anos que ele conseguiu chorar. E eu abracei minha irmã, e eu quase cai. As duas pessoas das três que eu mais tinha medo de dizer tchau estavam ali. E eles seguravam na minha mão e não me soltavam. Eu não sei da onde eu tirei a coragem, todos estavam atrasados por minha causa, eu soltei a mão deles e fui. Fui despedaçada, partida ao meio, virando pra trás e vendo a expressão deles de vazio. VAZIO. Isso é a perfeita descrição, UM BURACO NEGRO NO PEITO. Ver a Dinamarca, o meu país, ficando pequeno lá embaixo enquanto o avião sobe foi um dos momentos mais tristes do meu intercambio. Eu me sinto metade dinamarquesa, a Dinamarca é a minha casa agora. Eu sinto tanta saudades!
Chegar no Brasil foi emocionante. Não há nada como a família de verdade da gente, e minha saudade era tanta que eu chorei ao ver minha família. Eu acho que eu desidratei de tanto chorar ao total dessa última semana.
Cheguei em casa e toda a família da minha mãe me esperava e foi ótimo ver todos novamente. Eu estava muito feliz, cheia de adrenalina por estar em casa e matar a saudades. Minha cachorrinha me lambeu tanto, senti que ela estava sofrendo de saudades!
Mas, agora esse entusiasmo passou, e eu não estou mais acostumada com o jeito brasileiro, essa rotina pesada, esse estresse, essa falta de segurança... Eu sinto falta de tudo lá, mas ao mesmo tempo amo estar com minha família e amigos daqui. É como se eu nunca estivesse completa. As pessoas dizem que eu tenho que ir atrás dos meus sonhos aqui, mas eu não consigo pensar só no aqui quando eu quero também o lá. Todos dizem que eu tenho que me focar, que é difícil voltar. Mas eu quero poder visitar minha família e amigos todos os anos, a europa virou minha terra também. Não sei como explicar, as pessoas aqui acham que viajar é impossível e ficam me botando para baixo no momento que eu mais preciso acreditar que essa saudades insuportável vai logo passar.
Para vocês, futuros intercambistas, verem como adaptação no país de origem não é fácil. Desculpem meu pessismismo, mas escrever aqui foi tão difícil, doeu relembrar a parte mais dura do intercambio e também a que você percebe o quanto você conquistou nesse ano: uma VIDA!
Vou continuar escrevendo minha adaptação. Eu já estou falando com minha dansk familie todos os dias e é como se ainda estívessemos juntos na mesma sala, amo skype! Pois é, mais novidades posto aqui.
Me escrevam perguntas e se quiserem posso até ensinar um pouco de dinamarquês pra galera que tá indo! Eu moro no sul do Brasil, se alguém é daqui e quiser me contatar sinta-se a vontade! O meu sonho agora é ajudar futuros intercambistas a realizarem a melhor coisa que eles podem fazer na vida: conhecer o mundo!

Friday, June 24, 2011

As últimas

Não há como descrever a penúltima noite no país que você mais ama, com uma família maravilhosa, com amigos perfeitos... Uma vida em um ano, aprender tão rápido a ser parte de um país. No meio do intercambio, parece que o tempo passa tão devagar, porque você já aprendeu tanto e tem tanto mais a aprender. Mas, agora, eu só consigo ver o quanto eu sonhei por esse momento, relembro o meu adeus ao Brasil. E agora tenho que dizer adeus ao meu sonho, que foi melhor do que eu imaginara! Foi perfeito, eu aprendi e cresci milhões de anos em um. Eu sai para o mundo, e agora os países todos são tão perto e tão possóveis, pois meus amigos estão lá, espalhados pelo mundo. É tão triste saber que eu nunca os terei reunidos novamente na Dinamarca, na mesma festa, no mesmo camp, no mesmo jantar com as nossas famílias dinamarquesas. É muito triste saber que eu não irei mais ao ginásio, não verei metade das minhas amigas danesas por muito tempo. Eu tenho um buraco em meu peito pela saudades antecipadas desse tempo que vai ficar intocado como o tempo de maior aprendizado sobre mim mesma e o mundo, o tempo onde meus sonhos viraram realidade. Eu me sinto em casa, todos me amam e eu não sabia. Tempos de despedida revelam o que as pessoas veem sobre nós. E foi tão bonito ouvir dos meus professores, colegas e da minha família que eu trago alegria para as pessoas, que eu as faço acreditar nos sonhos e na vida. Minha irmã falou que não é justo eu ir embora, que até mesmo pessoas que acabaram de me conhecer já sentem saudades, ela acha que não aguenta... Como eu vou poder dizer tchau sem saber quando vou poder voltar para a minha Dinamarca? Eu não aguento. Mas, por outro lado, tenho tanta alegria em mim, quero explodir de tanta felicidade por presenciar a beleza de um intercambio, por ter tido essa experiencia e apreciá-la ao máximo.
Minhas últimas semanas foram muito puxadas. Eu comecei a trabalhar na FRISKOLE (escola de ensino fundamental), todas as crianças lá me amam e eu amo elas também. Lembrei muito da minha infância lá, e brinquei tanto! E passei muito tempo com chico, minha irmã, festas, família... Pois é...
Minhas colegas fizeram uma festa surpresa para mim! Toda a turma veio me dizer adeus na porta da minha casa! Eles me levaram para o salão de festas e fizeram pizza. Eu fiz um mousse de sobremesa, ficou delicioso. Eles me deram uma pulseira, um livro onde toda a turma escreveu e uma camiseta com a foto da turma. Fiquei tão feliz, mas descobri que não sei dizer tchau. Eu falo até logo, chego em casa e choro.
Também essa semana fui em minha última festa com vaci, chico e charlotte. Foi ótimo chill out depois da festa, fazendo panquecas e pizza. E a noite Anna e Annika vieram dormir na minha casa, foi a melhor noite do pijama, eu ganhei um livro lindo do H.C Andersen. Eu amo meus amigos aqui!
Essa semana, Anne teve a dimission dela, é a formatura. Então terça, toda a família (vó e nós) fomos no colégio com cidra, bolo, pãozinhos e entramos na sala onde ela fazia o último exame oral (aqui o sistema é complicado, explico outra hora) e ela tirou 10! Daí comemos e depois batemos fotos. Fomos em um restaurante com toda a família. E hoje fomos na formatura de verdade, onde cantamos músicas dinamarquesas, o diretor fez discurso e depois todos os estudantes andaram na carruagem, visitando todas as famílias dos colegas e comendo o dia inteiro. A Anne voltou muito consada para casa daí, e me viu fazendo as malas... Choramos tanto! Bom, hoje comecei e acabei as malas e presentes e chorei de me lavar por ver meu quartinho não ser mais meu, sem posters, sem fotos. Minha mãe quer que eu deixe coisas aqui, ela falou que essa é minha casa para sempre! Minha tia veio almoçar com a gente, ela escreveu que eu serei da família para sempre, que ela sentirá saudades, e me deu uma minissérie dinamarquesa. Eu não sabia que as pessoas gostavam tanto de mim e que eu gostava tanto de ficar com elas, falar por horas se eu pudesse. Hoje também disse tchau na friskole, foi lindo cantarmos todos juntos músicas dinamarquesas. Essa cultura tem um poder sobre mim. Também me despedi do meu amigo søren e da minha contct family... Pois é, dia puxado, muito feliz e muito triste...
Nem sei mais o que escrever, estou cansada. Todos vão para o camp amanhã, eu queria tanto estar lá. Mas, minha família quer me dirigir e eles não tem tempo amanhã, então irei domingo. Um dia a menos com amigos que amo, mas um dia a mais com uma família que amo. Não sei descrever o que sinto e penso, não acredito que não estarei mais aqui. Amo a Dinamarca profundamente, amo falar essa língua, amo o jeito como as pessoas ajudam umas as outras e todos acreditam no lado bom das pessoas, amo a segurança, a LIBERDADE, a mente aberta...
Esqueci de contar que Vaci, Chico e eu fomos em um jogo de futebol da República Tcheca, me senti tão tcheca torcendo pra eles. Acabamos perdendo o trem, perdendo pra Suíça o jogo e ficando desesperados por um modo como voltar para casa. Encontramos um homem que trabalhava para a companhia de trem, ele fez umas ligações e nos deu taxi de graça para casa, 300 reais de taxi!
Esqueci de contar que tenho ido muito a praia com meus pais também. Fui em uma última viagem para århus com vaclav e vimos mil museus e lojas e eu gosto tanto dele! Também fui em uma viagem com minha mana para Ribe, a cidade mais antiga e charmosa da Dinamarca. Fomos no museu viking e de história da arte... Foi tão legal! Comemos massa ema daquelas ruas estreitas de casas pequenas de contos de fada, Ribe é um conto de fada! A igreja tem 1300 anos e para subir na torre se passe por um lugar muito assustador, as escadas são estreitas e venta muito! Chegamos em casa e tinha o dia de San Hans, o dia em que o sol baixa a meia noite, mas na verdade nunca baixa mesmo. Foi lindo! Todos se reunem na vila, acendem a fogueira perto do fjord, assam pãozinho na fogueira e cantam...
Eu vivi tanta coisa esse ano, e ainda assim na última semana há ainda mais tradições para aprender e mais pessoas a conhecer e tanta alegria. E o buraco o coração por saber que toda essa gente, que todo o mundo que eu carreguei esse ano vai se tornar a minha realidade brasileira novamente. Eu me abri para o mundo e nunca mais me fecharei... Eu vou amar voltar para casa, mas agora eu tenho duas casas para voltar!
Conto no avião como foi o adeus final e o camp. :)

Sunday, June 5, 2011

Sidste måned/ Último mês - Del 1/ Parte 1

Meus irmãos! Vaci, eu e Chico no parque em Tarm (foto tirada hoje)
Vaci e Chico brincando de palminha

Vaclav em Varde
Aquário na legolândia com Søren, eu e Chico
Chico e eu na Legolândia, Nyhavn
Hermione (NZ), eu e carinha da polonia
Manisa, Non, Cherry e eu no deserto
Vaci jogando tênis


Bom, não sei bem o que escrevi ou não. Vou pela ordem de sentimentos. Teve um dia que eu estava passeando ao redor do fjord e me senti quando eu era uma criança e estava pesseando pela minha chácara nas minhas aventuras. Não é que fui parar em um lugar tão floresta e não sabia como sair e, de repente, ouvi um barulho e vi uma raposa entrando em sua toca muito rápida. Fui andando devagar, e deparei-me com os bebês raposa mais lindos e fofos. Eles estavam tão assustados. Mas, justo eu, a pessoa que mais ama a natureza no mundo, nunca faria nada a eles! E, saindo de lá, enxerguei o fjord de águas azuis e o céu rosado por causa do sol, e um bambi correndo nos campos. Senti uma felicidade tão pura, não importa onde eu estiver sei que vou ser feliz por saber que a vida é tão bela. E todos nós temos uma conexão com as pessoas que amamos, vou levar poucas pessoas desse intercâmbio para a vida toda, mas sei que, com essas pessoas, a minha conexão será eterna. Eu mudei a vida de muita gente aqui, e muita gente mudou a minha vida, o meu jeito de ver o mundo... E eu senti o poder da amizade e o poder de ter uma irmã de mentirinha que se tornou uma irmã de verdade!
Fatos importantes: sábado passado tivemos a viagem da AFS para Skagens com vários intercâmbistas. Fiz um amigo da Polônia e uma amiga da Nova Zelândia que se chama Hermione! Ela é muito doce, adorei ela! É estranho como intercambistas ficam amigos uns dos outros rapidamente. A viagem foi até a ponta norte da Dinamarca, um lugar onde o oceano atlântico e o mar do norte se encontram, e tem uma cidade com casinhas amarelas. Também fomos para o maior deserto da Dinamarca, um lugar com umas dunas gigantes, a paisagem era meio do filme Crepúsculo, mas era bonito demais. Também vimos um lago que era todo escuro e somente uma parte era verde água. Enfim, andamos embaixo de chuva e frio, vimos o que faltava ver da Dinamarca (agora já vi quase tudo :)) e conversamos muito com nossos amigos intercambistas sobre o nosso inetrcambio perfeito e como vamos sentir saudades. Cheguei em casa tarde e dormi. Dia seguinte fui para Legolândia com Francisco, a mãe dele e o Søren (meu colega dinamarques). A Legolândia é um máximo, parece um mini mundo mas muito melhor. Fomos na exposição sobre a Dinamarca e vários países do mundo, também vimos a exposição do Star Wars, andamos na montanha russa, o Chico e eu fomos em um robo que girava a gente de diversas maneiras dependendo do que a gente tinha programado em um chipe... Também fomos em um aquário no qual entrávamos dentro de um túnel e podiamos ver os peixes mais coloridos e de todos os tamanhos nadar em cima da gente! A mãe do chico fez sanduíche e fizemos um piquinique. Voltamos para casa encharcados de chuva, os dias estavam feios na Dk.
Terça foi meu último dia de aula, joguei baseball com as minhas colegas, elas estão muito queridas comigo. E aí me deu a depressão de estar no ginásio pela última vez. Mas não me despedi de ninguém, ainda temos a cerimônia de acabamento dia 24. Então foi um dia normal e depois fomos eu, Søren, Francisco e Manisa comer batata frita e sorvete.
Quinta-feira fomos eu, Vaci, Francisco e Søren para a última festa da AFS. Foi perfeita, maluca e eu amo todos os intercambistas e todos me amam! ahahah Sei que é exagero, mas é verdade, essa festa foi como um adeus e nós nos abrimos para os nossos amigos. Dia seguinte voltei para casa, dormi, jantei com a minha família e tive um ótimo dia com eles, comemos bolo e conversamos muito. Ontem, fui no cinema com o Vaci em Varde. Assistimos um filme de um diretor dinamarques mas famoso no mundo inteiro: Melancolia. E depois tomamos cerveja, comemos pizza e nachos. Eu amo o Vaclav, ele é maravilhoso, é um irmão. E então ele me disse que o mais difícil de dizer tchau na Dinamarca vai ser dizer tchau pra mim e pro Chico. E, eu sinto o mesmo, mas boto minha irmã como um plus. Cheguei na estação de trem e eu verifiquei os horários errado e minha família ficou muito braba comigo porque eu não tinha como voltar pra casa. Então dormi no vaci, ele foi um anjo, me esperou chegar na casa dele duas horas depois (o tempo que o taxi demorou pra me buscar), arrumou cama pra mim e me deu até escova de dentes. E hoje, acordamos tarde, tomamos café da manhã, cortei o cabelo dele e depois encontramos o Francisco em um parque, tomamos cerveja, comemos sorvete... Mas nada fazia o calor passar! :/ Cheguei em casa, depois de andar de bicicleta meia hora, morrendo de medo da reação dos meus pais. Mas eles sorriram muito felizes por me ver de volta em casa e foi quando eu percebi que eles são realmente minha família e por mais que eu faça coisas erradas eles me amam. Pedi mil desculpas e ele me explicaram que eu tenho que ser mais organizada. Mas, me sinto tão bem agora...
Eu tenho pensado muito na minha infância ultimamente, o sol me faz lembrar do Brasil, da casa de praia. O estranho é que eu nunca penso muito na minha casa, sempre que senti saudades do Brasil durante todo o meu intercâmbio, eu senti saudades da casa da praia. Eu também tenho pensado muito na minha vida aqui, é como se eu tivesse passado anos em uma outra vida e agora regressasse a original. Final de intercâmbio é mágico, feliz pois se aproveita cada minuto, triste pois se pensa na saudades... Enfim, é perturbador. Quero parar de pensar no como vai ser, na saudades que eu vou sentir, no como eu amo esse país, a minha liberdade, as pessoas... O como eu amo quem eu sou agora, e no que eu me transformei, nos desafios que eu superei, no tanto que eu aprendi...
Pois bem, meu intercâmbio valeu cada centavo, e vou levá-lo dentro de mim.

É isso aí por agora. Vou começar meu trabalho voluntário amanhã na Velling Friskole, um tipo especial de escola de ensino fundamental. Explico mais com o tempo.

Vi ses!

Friday, May 27, 2011

Maj / Maio

Minha irmã e eu em århus
Minha família em um típico passeio pelo fjord
Eu, Cherry e Francisco a beira do fjord
Eu e Cherry no jardim da minha casa
Festival de música com minhas amigas francesas
Festa a fantasia com um amigo dinamarques, Vaci e eu de pirata
Manisa em minha casa antes da festa a fantasia

Muitas coisas aconteceram nessas últimas semanas. Não consegui escrever com mais tanta freqüência, pois tenho que aproveitar cada segundo do meu último mês na Dk. Tive minha primeira aula de zumba na Dinamarca, a professora era muito boa, mas ninguém sabe dançar samba como uma brasileira, então ela me pediu algumas dicas ;) As aulas na escola têm sido muito melhores porque quero aproveitar muito meus amigos dinamarqueses, vou sentir saudades deles. Aqui no ginásio, temos um encontro semanal na hora do recreio onde o diretor fala com os alunos, as pessoas podem dar recados e cantamos uma música. Ao final desse encontro, o diretor chamou o Francisco e eu para ir a frente de toda escola, subir em uma cadeira e então ele nos agradeceu pelo ano e nos abraçou. Foi estranho olhar todos os meus amigos, aquela escola de tijolo a vista, o diretor de óculos redondos, todas as pessoas tão estilosas e loiras... Minha vida por um ano, minha rotina, todos que eu amo... E eu vou embora levando um abraço, a amizade de muitos e saudades.

A Cherry, minha amiga da Tailândia, veio passar uma noite aqui em casa. Ela me deu presentes da Tailândia e eu dei pra ela algumas lembrancinhas do Brasil. Fizemos pizza, assistimos filme com pipoca e negrinho... Adoro a Cherry, ela é uma amiga muito legal. No dia seguinte, fomos para a escola (ela foi visitar meu ginásio) e depois saimos com a Manisa e com o Francisco para tomar sorvete.

No final de semana, fomos eu, Francisco, Vaclav e Anne para århus em um festival de música na rua. Foi um máximo, encontramos os outros intercambistas, adoro fazer festa com os intercambsitas. Acabamos fazendo festa até às sete da manhã e voltamos para casa no primeiro trem. Hahaha Isso é muito normal aqui.

Passei a semana inteira doente, e nesse momento senti muitas saudades do Brasil. Mas, logo melhorei.

No outro final de semana, passei muito tempo com a Anne. Fomos visitar a amiga dela, Cristina, de bici sábado. Comemos bolo e conversamos muito. No dia seguinte, fui para a festa da Zuzi, uma menina da Hungria, em århus. A festa foi perfeita, amo todos os meus amigos intercambistas e me senti muito amada por eles também. Amo poder ser quem eu sou e falar com as pessoas e me sentir entendida por elas, isso sempre acontece nas festas com intercambistas. Ninguém julga ninguém, e dançamos e cantamos músicas de todos os países até às 5 da manhã! Mas, nessa festa, algo que eu não esperava aconteceu. Eu comecei a conversar com um amigo dinamarquês das minhas amigas intercambistas, e agora, 30 dias antes de voltar para o Brasil, tenho meu primeiro namoradinho dinamarquês! Hahahaha O nome dele é Jeppe, e não é nada sério, mas estamos saindo juntos e nos escrevendo todos os dias. Ele é muito fofo!

No dia seguinte, voltei de trem com o meu trio preferido no mundo: Vaclav e Francisco. Amo passar o tempo com eles, passamos muito tempo juntos sempre, sem fazer nada, só rir e conversar... Isso é amizade de verdade, sei que eles estão sempre presentes quando eu preciso.

Essa semana tenho passado muito tempo com minha irmã. E ontem, fui visitar o Vaclav em Tarm. Comemos pizza, fomos jogar tênis (eu sou muito ruim), desistimos e fomos tomar cerveja em um parque. Ficamos quatro horas no parque conversamos. Ele é o melhor amigo, contando meninos e meninas, que eu tenho na Dinamarca. E fiquei feliz quando ele disse que eu também sou a melhor amiga dele, eu sou a pessoa que ele mais gosta e confia na Dinamarca. Amo demais o Vaci, ele é um dos melhores amigos que já tive na vida. A minha saudades dele vai ser insuportável. L

Agora estou na escola escrevendo isso na aula de inglês porque já acabei o trabalho. Estou tendo os melhores dias da minha vida, nunca fui tão feliz. Entendo a língua sem nenhum esforço, dinamarquês ficou tão natural para mim. Desculpa escrever tão pouco, mas o tempo tá curto e eu preciso correr contra ele J

Vi ses!

Wednesday, May 18, 2011

Maj/ Maio

Tivemos a última festa do ginásio duas semanas atrás. Era uma festa a fantasia.
Semana passada foi cheia. Eu tive minha primeira aula de salsa e samba na Dinamarca! A professora era muito boa, mas o problema é que samba só se aprende sentindo, indo pro Brasil e, se possível, nascendo de novo no Rio de Janeiro hahahah. Acho que samba no pé é impossível ensinar. Depois, durante a semana fui pro ginásio e aproveitei cada segundo com meus amigos. A gente tem algo chamado Morgensamling toda a semana, e esse foi o último encontro na hora do recreio. O diretor chamou o Francisco e eu na frente de toda a escola, nos colocou em cima de uma cadeira e nos agradeceu por esse ano e nos abraçou, em frente de toda a escola. Me senti envergonhada e com uma vontade de chorar insuportável. Eu olhei o ginásio, quase minha casa por um ano, a escola mais legal que eu já estudei na vida, os professores, o diretor, todos são legais. Eu olhei os alunos, cada um com uma roupa mais original, todos sempre foram tão legais comigo, tenho tantos amigos de todas as séries que me conhecem e perguntam como estou e acreditam no meu dinamarques. Olhei minhas colegas sorrindo pra mim, eu pensei em todos os dias que eu passei com elas. Me senti deixando uma vida para trás, uma vida que eu não sei quando vou poder retornar. Olhei o Chico e senti que ele pensava o mesmo que eu. Foi ali que eu percebi que logo estarei dizendo tchau para a Dinamarca, e isso não vai ser tão fácil quanto eu imaginava.
Na quarta-feira a Cherry veio dormir aqui em casa! Foi muito divertido, fizemos pizza, pipoca, negrinho... Assistimos Sex and the City, bem programa de noite do pijama. Ela me deu uma camiseta da Tailândia e um brinco lindo e eu dei pra ela mil presentinhos do Brasil. Foi a primeira vez que troquei presentes com um intercambista, me senti meio triste, como se já fosse a hora de dizer adeus...
Bom, não lembro mais o que aconteceu esse mês, só sei que foi muito tumultuado... Amo minha vida dinamarquesa, nunca quero dizer adeus. Esse ano é simplesmente perfeito!

Wednesday, May 4, 2011

Billeder :)

Meus melhores amigos no mundo!
Tivoli!
Esbjerg com Vaci
Dario, Vaclav e eu na vila hippie

Nyhavn, meu lugar preferido para comer em copenhague :)
Torre de TV, Berlin
Memorial ao Holocausto
Brandenburg Gate

Berlin, København og nu! / Berlim, Copenhague e agora!

Não estou bem inspirada para escrever sobre essa semana que, na verdade, valeu por um mês. Foram tantas coisas que vi, pessoas que eu conheci. Uma viagem dentro de uma viagem. Hahaha Toda vez que volto de uma viagem, a minha família dinamarquesa e minhas amigas dizem que eu pareço diferente. Por mais perto que seja e um dia de viagem já é suficiente para nos fazer crescer e nos sentirmos diferentes. É por isso que eu amo viajar, cresço ao máximo, aproveito ao máximo. E imagino se minha família dinamarquesa percebe que eu estou diferente em uma semana em Londres ou Berlim, o que pensarão as pessoas no Brasil quando eu voltar da minha viagem de um ano com as pequenas viagens dentro dela? É óbvio que me sinto diferente, me sinto completamente mudada. Mas para melhor. Eu sei lidar com as coisas agora, eu confio na minha responsabilidade. Eu penso, eu planejei essa viagem inteira quase sozinha. Ninguém ficou sabendo, pedi as autorizações, contetei os hostels, fiz tudo. E saiu perfeito, e BARATO! Consegui encontrar o melhor hostel de Berlim, GENERATOR. Café da manhã, roupa de cama, toalha, sabonete de graça! É quase um hotel, mas têm gente do mundo todo sempre circulando pelo bar e puxando conversa.

Bom, vou começar a contar direito. Sábado eu fui na casa do Vaclav e fomos a uma festa. Foi bem divertido. No dia seguinte, voltei pra casa e visitei a Vilma, a minha amiga brasileira que é casada com um dinamarquês e mora aqui há 10 anos! Assistimos novela e comemos batata frita, foi ótimo. Estava com saudades desse jeito brasileiro, me sinto muito bem quando estou com a Vilma, sei que com ela posso contar sempre. Estou ansiosa pra voltar pro Brasil, e assistir novela enquanto janto com minha família. É estranho, mas sinto saudades das pequenas coisas. Novela? Que coisa brega. Brega nada, é nossa cultura, matei um pouco a saudades do Brasil vendo novela, ouvindo nossa língua, vendo as praias... hahaha Só assisti dois capítulos da novela aqui na Dinamarca, então não conta mesmo, não vou perder meu tempo assistindo novela aqui né? Haha Mas o que eu digo, é que sinto falta dessas pequenas tradições brasileiras que se fazem com a família, sinto, na verdade, falta da família. Porém, sinto isso hoje, escrevendo esse relato. Nesses últimos meses eu tenho morrido de medo de voltar e louca de vontade de ficar na Dinamarca. Não sei explicar, acho que foi bom ter esse amor enlouquecido pela Dina, assim eu aproveitei o máximo sem sentir saudades do Brasil. O problema é que agora a saudades voltou hoje. Tenho que parar de ser boba e ter medo de voltar. Eu não me lembro como as coisas foram no Brasil, vai ser estranho voltar, eu vou morrer de saudades de tudo e de todos aqui. Mas, eu amava minha vida antes, e por mais que eu tenha mudado, eu sou a mesma Carina, apaixonada pela minha família, pelos meus amigos, pela minha cachorrinha, pelo meu Brasil. Tento me acostumar com a idéia de voltar agora, em 8 finais de semana estarei na companhia da minha velha família, e a melhor de todas! Hahah Por mais que eu ame o povo aqui, e tenha amigos que vou levar para a vida toda, nada se compara às pessoas que eu tinha aí. O Vaclav estava falando que todos têm medo de ir pra casa, mas ele não, ele quer voltar, e disse que têm algo errado com quem não quer voltar pra sua verdadeira família. E eu me senti bem, porque pude ver que eu estou feliz por ter começado esse sonho, mas ele nunca vai acabar, mesmo que eu volte para aqueles que eu amo, vou sempre ter contato com o mundo. E me perguntam qual foi a melhor vida no Brasil ou na Dinamarca? Eu amo minha vida aqui, mas nunca me senti tão amada como eu era no Brasil, eu sinto saudades de ser amada. Aquele amor incondicional que você sabe que ninguém está te julgando ou querendo algo em troca, esse amor eu só senti no Brasil, e eu sinto TANTA SAUDADES dele.

Chega de trela, vamos a Berlim. Às 5 da manhã de segunda feira 18 de abril, Anne e eu acordamos, acabamos as malas e fomos dirigidas á estação de trem pelo meu pai. Somente uma semana depois eu voltaria pra casa. No trem, dormimos até chegar em Kolding, uma cidade na dk. Lá, esperamos na estação super ansiosas. Pegamos ônibus e quando acordamos estávamos na Alemanha. Foi uma emoção, estar com minha irmã de intercâmbio na Alemanha! Chegamos em Berlim depois de 9 horas, pegamos o trem e achamos o Hostel. Claro que não foi tão fácil, demoramos uma hora pra isso hahhaha. No hostel, eu mostrei meu passaporte brasileiro mas falava dinamarquês com minha irmã. Então, o cara do hostel perguntou: Afinal, da onde você é? Hahahah Tinha que explicar toda hora que eu sou brasileira, mas um pouquinho dinamarquesa devido ao meu ano na Dinamarca. É que a Anne se acostumou tanto em falar dinamarquês comigo que ela não conseguia mais falar inglês. Fiquei orgulhosa de falar dinamarquês em Berlim e de entender quando as pessoas falavam noruguês ou dinamarquês. Me senti tão escandinava lá. Hahhaa E o mais tri é que encontrei umas brasileiras que ficavam falando: “Que língua louca é essa?” achando que eu não entendia português, e eu respondi: “Oi, é dinamarquês. Louca mesmo, né?!” hahahah

Saimos de noite e caminhamos ao redor de Berlim. Caminhamos tanto e vimos os prédios tão bonitos durante a noite. Fomos naquele memorial aos judeus no centro de Berlim. Blocos de concreto de diversos tamanhos, que começam tão baixos e se tornam gigantes. Quando se vai entrando nesse tipo de labirinto sente-se tão oprimida. Fomos durante a noite, estava tudo tão escuro e silencioso, e lá dentro um som suave se torna alto, e se sente tanto medo e frio. Foi uma idéia maravilhosa esse memorial, sente-se um pouco do que os judeus sentiram naquele pesadelo do holocausto. Bom, em geral, vimos (desculpa se os nomes estiverem errados, alemão é muito diferente de dinamarquês)Alexanderplatz, Parise Platz onde tem aquele Brandenburg Gate, Reichstag, Friedrichstraße, Gendarmenmarkt, Unter den Linden, Catedral Católica na Bebelplatz... Voltamos para o hostel e dormimos.

No dia seguinte, tomamos café e pegamos pão para o almoço hahaha. Fomos para o tour grátis por Berlim. Todos os dias, saindo da Pariser Platz, tem tours gratuitos em inglês e espanhol ao redor de Berlim. O guia nos buscou no hostel, porque eles têm um acordo com os guias. Então, fomos para aquela praça e esperamos o nosso “guia” de verdade ir nos buscar. O nome dele era Mike e ele era o mais inteligente, charmoso e engraçado guia de lá, como sou sortuda hahah Ele era britânico, de Cambridge, então todas as meninas no tour estavam encantadas com ele. Hahaha E o melhor, ele era inteligente pra caramba, e aprendi muito sobre a história de Berlim. Se as aulas de história fossem sempre tours pelas cidades do mundo inteiro com um guia daqueles, nossa, eu ia aprender tanto! Hahaha Vou postar depois uma lista de tudo que esse tour cobre, é umas 4 horas caminhando. Mas, se alguém for pra Berlim, vale muito a pena fazer esse tour no primeiro dia. Depois do tour, visitamos a Universidade onde Einstein, Nietsche, Marx, Engels... estudaram! Também fomos a dois museus, um parque, a catedral católica, e o museu nacional. Jantamos em um restaurante italiano perto da Torre de Televisão em Alexader Platz. Subimos na Torre de Televisão na hora exata do por do sol. Era tão lindo, se pode ver Berlim inteira. Saindo de lá, fomos em um barzinho muito cool e tomamos uma caipirinha. Chegando no hostel, mudamos de roupa e descemos pra tomar uma coca (eu) e uma cerveja(minha irmã). Não queríamos ir pra festa porque no dia seguinte teríamos que acordar cedo. Mas, conhecemos uns irlandeses muito queridos e ficamos conversando no bar até as duas da manhã. Eles eram um grupo de 7 professores, e falavam muitas línguas, e alemão perfeito. Ficamos muito amigos mesmo, e acabamos indo pra festa com eles! Fomos num clube muito legal, e eu fiz sucesso com as minhas habilidades de dança hahaha Todos queriam aprender a dançar samba hahah E foi muito bom ter ido pra lá com os irlandeses, porque a Anne se arranjou um namoradinho (um dos amigos irlandeses) e eu ia ter ficado sozinha se não fossem os outros amigos dele.

Dia seguinte, acordamos cedo e fizemos nosso próprio roteiro. Recheado de arte moderna. Fomos a nova sinagoga; ao Tacheles, um prédio todo cheio de grafite e arte, cada sala tem exposições de um artista e se pode comprar; depois fomos ao museu de arte moderna, muito interessante. Mas, no meio de tudo isso, caminhamos e pegamos metrô pela cidade inteira. Berlim é muito legal porque o metrô é como um trem no meio da rua. O U é um metro e têm também os trens. É meio louco, mas têm muitos jeitos de se chegar aos lugares. E compramos um cartão que é valido por 3 dias de transporte e dá disconto em museus, chamado Welcome Card. Vale a pena comprar, eles não checam nunca, então usamos por quatro dias. Hahah Depois fomos ao museu Topography of Terror, que é grátis, e muito bom. Mas, vai preparado pra ficar de pé e ler muito. Passei por checkpoint Charlie e The Wall Museum, mas não entrei, todos dizem que não vale a pena, nada lá é real. Jantamos em um restaurante perto do hostel, o mesmo que jantamos na primeira noite, comida italiana pra variar. Hahah Chegamos no quarto e dormimos tanto.

Dia seguinte fomos para mesma praça e encontramos o guia para o campo de concentração. Pegamos o trem e chegamos lá uma hora depois. É uma cidadezinha muito simpática. Andando vinte minutos, se chega a um muro com fotos de pessoas que sofreram lá. Aprendi tanto sobre história lá. Foi estranho ver que as pessoas batiam fotos e andavam por lá, nos mesmos lugares que pessoas morreram e sofreram. A vida média das pessoas que entravam lá era de nove meses. Sinto que os alemães sentem muita vergonha de sua história e tentam ao máximo ser uma nação igualitária e multi cultural. Por exemplo, pisei sobre o chão do lugar onde Hitler morreu. O abrigo subterrâneo foi fechado e hoje o lugar é um estacionamento. As pessoas do bairro colocaram a placa indicando o lugar na época da copa do mundo. Mas, pelo governo, ninguém saberia desse lugar e sim dos monumentos em homagem àqueles que morreram injustamente.

Passamos o dia no campo de concentração, o que deu aquele aperto no coração. Os guias agradecem que fomos lá, que mostramos nos preocupar e pensar na história tão trágica e inacreditável do que a natureza humana é capaz. Acho que se eu tivesse estado naquele acampamento, eu ia querer que pessoas o visitassem e ele pudesse ensinar algo a elas. Pelo menos podemos tirar algo de uma coisa tão absurda e horrenda. Bailarinos, estudiosos, professores, escritores... Gênios desperdiçados que morreram de hipotermia, tortura, tiro, câmera de gás... Não sei explicar, fiquei pensando sobre isso muito tempo. Porém, fomos ao Tiergarten, o parque mais famoso que tem aquela estátua de ouro que eu não me lembro o nome. O parque é gigante e caminhamos muito, tinham pessoas de todas as idades tomando banho de sol, brincando com o cachorro, jogando bola... Demos muita sorte, já faz duas semanas que têm dado uns dias lindos de verão, passamos calor na Alemanha. Depois fomos a uma região perto do zoológico cheia de shoppings. De noite, jantamos no nosso restaurante italiano preferido na Alexanderplatz e fomos pro bar do hostel. Fizemos amigos da Espanha e fomos pra festa com eles. Voltamos às 4 da manhã. Os amigos da Espanha não eram tão legais, muito chatinhos, eu achei. Dia seguinte acordamos, pegamos o ônibus e voltamos pra Dinamarca.

Cheguei de volta no meu país, estava muito cansada, mas peguei o trem e fui pra Copenhague. Copenhague é minha cidade, já fui tantas vezes, mas ainda assim sou apaixonada por cope. Minha irmã por uma semana (daquele miniintercambio em janeiro) me buscou e fomos para um concurso de poesia. Era na rua principal de Cope, a Strøget, em uma casa antiga. Tinham pessoas muito diferentes e intelectuais, mas não aqueles que se fazem, aqueles que realmente são estilosos. Amei! Eu quero encontrar algo tão cultural assim no Brasil. O público julgava as poesias com placas de pontuação. Eu não conseguia entender tudo, mas entendi a maioria das coisas, e me senti tão dinamarquesa por rir das piadas que turistas nunca iam entender. Foi ótimo. Depois, fomos para casa e encontrei toda a família, foi muito bom revê-los. Agora estou tão acostumada a mudar de casa, de família e virar amiga das pessoas tão rápido. Aquela coisa de pensar que eu estou sempre incomodando se fui, claro que respeito, mas as pessoas gostam de ter convidados e gostam que nos sintamos em casa. Saí de casa à meia noite e fui encontrar o Francisco e o Vaclav porque eles me ligaram mil vezes dizendo que me amavam e que sentiam saudades, amo aqueles dois bêbados. Mas, a festa não foi muito legal, dançamos bastante mas eu estava cansada.

Dia seguinte, saí com minha irmã de intercâmbio por uma semana, a Emilie. A gente foi no passeio de barco ao redor de Copenhague, é muito bonito e turístico. Depois, fomos ao Tivoli, um parque de diversões que abriga diferentes cenários coloridos e espetáculos culturais. Adorei! Saindo de lá fomos para casa, fizemos janta, jantamos toda a família. Incrível como eu sempre faço programas de família, eu viro família até de gente que eu só conheci por uma semana. Depois, Emilie e eu fomos em um show de reggea na parte mais perigosa de Copenhague. Hahaha A parte mais perigosa de Copenhague é mais segura que a parte mais segura de Caxias. Voltamos pra casa cedo e fizemos noite de filmes.

Então, de manhã, fui com a Kirsten no museu de vidro que foi feito na antiga cisterna de água. O parque onde este museu está localizado é lindo, Frederiksberg Have, mas o museu é assustador. Há lindas esculturas de vidro, mas há também estátuas de pessoas no meio da escuridão e umidade da cisterna, parece que as estátuas vão se mexer a qualquer minuto. Então almoçamos e depois eles me levaram até o museu de arte moderna Arker. Eu acho que conheço metade dos museus da Dinamarca já. Foi legal conhecer, mas o legal mesmo foi a exposição que se entrava em um corredor que simula o céu; há muita neblina branca e não se enxerga nada, vai-se andando como se pode e a sensação é de perda e claustrofobia pois a luz fica amarela, depois vermelha e depois escuro. Foi muito divertido, eu atravessei de mãos dadas com o Francisco e o Vaclav de tanto medo. Depois, sai por cope sozinha enquanto Chico e Vaclav tinham que buscar as malas em casa. Jantei num restaurante no Nyhavn, o lugar mais bonito de cope, à margem do rio com as casinhas coloridas. Como ia ser minha última vez na capital, aproveitei cada segundo, e realizei esse sonho de comer nos restaurantes à beira do porto. E então, fui encontrar Francisco e Vaclav na casa do Dario. A família dele é muito legal. E fomos para Cristiania! Cristiania é a cidade hippie em Copenhague que não paga impostos, a moradia é grátis, basta se viver no estilo de vida hippie. O lugar é muito diferente e único, e é uma atração turística que eu nunca tinha visto. Fomos lá à noite e depois saímos comprar umas cervejinhas. Nos sentamos na beira do porto, com os pés quase tocando a água, vendo a paisagem linda da cidade e conversando. Viajamos de trem e caminhamos pra lá e pra cá, chegamos no centro da cidade e encontramos um bar que não pedia identidade pra entrar. Passamos a noite inteira dançando e às 6 da manhã fomos pra estação. Claro que nesse meio tempo todos se perdiam uns dos outros porque o Vaclav queria comprar bebida na loja e se perdia e tínhamos que ir atrás dele. Hahahha Cheguei em casa seis da manhã e acordei às 9. Tomei café com minha família, ensinei a minha mini irmã Emilie a fazer Orkut (ela vai ser inetrcambista no Brasil) e dei um presente a minha família afinal eles me deram tanta coisa, até ovo de páscoa ganhei.

A viagem de volta foi triste, meu adeus a cope. Cheguei em casa, e minha irmã, Anne estava me esperando com caça ao ovo de páscoa porque uma vez eu comentei que fazíamos isso no Brasil e ela queria que eu aproveitasse minha páscoa. Ela esconde bem o ovo ein?

É, esse foi o resumo das minhas férias. Hahahah Pois é, e agora estou com os relatos da semana passada e dessa semana atrasados. Digamos que estou aproveitando todo o tempo do mundo com minha família, passei um ótimo final de semana em casa e na casa da Vilma, peguei sol, li livros em dinamarquês. Também passo muito tempo com o Vaclav, viajamos para Esbjerg e para uma ilha chamada Fanø só para conhecer e conversar. Essa semana tive dois dias livres porque entendi que eu não tinha aula, mas na verdade tinha um trabalho chamado AT. Agora passei dois dias escrevendo esse trabalho. É bem complicado, é um trabalho de métodos e análises. Mas os professores foram muito legais comigo e me deixaram fazer em inglês. Pois bem, minha vida aqui está corrida, mas arranjo tempo pra família e amigos. Tô vendo como validar meu ano no Brasil e acho que vou conseguir! :D

Eu amo a Dina e descobri, depois de dois dias sem escola, que eu gosto de ir pra escola aqui. Vou sentir saudades da Anne, Jonas e Søren J

É isso aí, gente. Vou-me indo e deixando vocês com muito o que ler. Hahahah

Tuesday, April 12, 2011

Mange ting / Muitas coisas :D

Faz tanto tempo que não escrevo. Preguiça, não sei ao certo, mas acho que tenho medo de escrever o que passa na minha cabeça. Tenho estado muito estressada, e só hoje descobri o porque. Mas, então vamos começar desde há duas semanas atrás que foi quando eu parei de escrever.
Tivemos a noite do foundue de queijo na casa da Charlotte, minha amiga da Suíça. Ouvimos à música típica daqueles escaladores de montanha, foi muito engraçado. Estávamos Raquel, Renata (Brasil), Francisco( Chile), Vaclav (rep. tcheca), Cherry (tailândia) e eu. E a gente não ia beber nada, mas conversa vai conversa vem, é tradição na Suíça (talvez a minha amiga inventou isso) tomar shots junto com o fondue. Fizemos a Cherry ficar bêbada pela primeira vez, ensinamos a Charlotte e a Cherry a dançar funk, conversamos e rimos muito. E de lá, fomos para a festa de um amigo do irmão da Charlotte, deviam ter umas 10 pessoas na casa dele e tava bem chato, mas a gente dançou demais e fez a festa. Festa com os intercambistas é sempre a melhor, a gente pode não ter música, a gente canta, a gente inventa e sempre se dá um jeito pra diversão. A verdade é que o Vaclav ficou tão bêbado que a gente foi convidado a se retirar e levar ele pra casa hahahaha. Dormimos todos na sala da Charlotte e no dia seguinte passamos a tarde lá, almoçamos com ela. Os pais dela são muito legais, eles escutam Beatles enquanto trabalham no escritório e são muito divertidos. Peguei o trem pra casa e nem vim pra casa, fui de carro visitar a mormor, minha vó com a Anne e minha mãe. Passamos a tarde lá, estava um lindo dia de primavera. Demos uma volta pela cidade e foi a primeira vez que eu vi um lago ali, da última vez o lago estava congelado e eu andei em cima dele sem perceber por causa da quantidade de neve. Eu e a Anne, como duas meninas maluquinhas, começamos a dançar e filosofar sobre a vida e como nos amamos e talz... Pois é, sempre que estamos juntas nos contamos todos os segredos mais profundos que temos medo de contar a outras pessoas. Nunca conheci ninguém tão parecido comigo como minha irmã de intercâmbio, ela têm paciência e entende minhas crises filosóficas. hahahah Voltei pra casa, me arrumei e fui de bici até a casa do Chico. Chegando lá, o pessoal da Tailândia já tinha chegado e depois veio o Vaclav e a Charlotte. Comemos e conversamos muito. O pessoal da tailândia é muito legal e foi a primeira festa deles, mas estávamos acabados, mesmo assim demos um jeito de se empolgar. Pelo menos eu dei, eu acho que se você dorme tarde e bebe tem que encarar as consequências e no dia seguinte tentar ficar bem. O Francisco e o Vaclav me criticaram: De onde vem essa energia toda?!" Mas, a verdade, é que eu não tenho tanta energia, só queria que o Francisco tivesse um aníver legal. Ele fez aquela torta de limão maravilhosa, valeu pela torta, mas o resto foi chato. Domingo fiz a fachina em casa e comecei a planejar a nossa viagem para Berlin!!! Eu e minha irmã conseguimos permissão da AFS para viajar, e eu fiquei só felicidade!
Entretanto, Vaclav e Francisco me cobraram que eu tinha prometido ir a copenhague com eles. E me estressei em ter tudo preparado para as minhas duas viagens. E, plus, comecei e ir e voltar de bici todos os dias da escola (12km), a correr e fazer exercícios puaxados porque chegou a primavera e me deu vontade de viver e aproveitar esse tempo maravilhoso! Amo a primavera na Dinamarca. Resultado, estou doente e não consigo me recuperar direito nunca. E sempre estressada! :/
Mas, minha vida aqui está perfeita. Tento aproveitar o máximo minha família, amigos... tudo. Eu e a Anna estamos cada dia mais amigas, ela é uma das melhores amigas que já tive. Fomos para a casa do Chico fazer bolo! E fizemos a maior bagunça, dançamos pela casa toda. No mais, minha semana foi assistir a clássicos do cinema, me exercitar, ler em dinamarquês e tentar aproveitar cada segundo aqui. Final de semana não fiz nada porque estava doente. Fiquei horas no skype com o Vaclav conversando sobre planos de viagem.
Domingo fui com a minha mãe e irmã pro aniversário do irmão da minha mãe. Ele mora numa casa de fazenda antiga dinamarquesa no meio de um campo cheio de colinas e flores (algo raro, a dinamarca é tão plana)... Sério, o lugar era lindo demais. E todos estavam felizes, e eu me senti em casa. Depois voltamos pra casa e eu e a Anne assistimos um filme e jantamos arroz (ela ama meu arroz! hahaha).
Minha família me convidou pra ficar mais tempo aqui na Dinamarca depois que o programa AFS acabar. E isso me fez ver como esse ano não foi só um ano, e não é tão fácil assim dividir o antes e o depois, eles se misturam e se estendem. Eles vão ser para sempre minha família, eles me amam, eles realmente acreditam que eu vou vim morar aqui. E quem disse que talvez não? O mundo virou tão pequeno e as possibilidades são tantas pra quem realmente quer viajar. Não sei se era só na minha cabeça, mas onde eu cresci viajar era sinônimo de ser rico e poucas vezes. Não é não, conheça gente do mundo todo, guarde seu dinheiro só para isso, fique em couch surf ou hostel, não se precisa de lucho, dorme-se em estação de trem hahaha Eu quero tentar ir visitar todos os amigos que fiz e voltar tantas vezes pra Dinamarca, essas vão ser as minhas maiores prioridades, porque o que adianta uma vida longe de todos que amamos? Eu quero tentar conciliar os meus dois países para poder sempre estar com quem eu amo.
Tenho pensado muito nisso ultimamente.
Ontem, Manisa e Francisco vieram aqui em casa de tarde. Foi divertido. É estranho que ela está no início e nós já estamos no fim do programa. Pulamos na cama elástica porque o dia estava lindo demais, amo a primavera na Dinamarca. As pessoas ficam mais simpáticas, a vida fica fácil e mais leve (imagine o peso dos casacos, três calças e botas com várias meias de lã no inverno).
Hoje, fui passear com a minha irmã. Caminhamos ouvindo música, corremos gritando, deitamos na relva cheia de flores no meio dos campos. E foi então que eu me toquei o porque de eu estar tão estressada. Eu senti que falta pouco. Há 3 meses atrás eu achei que já estava preparada para voltar, mas agora estou tão confusa. Minha família me convidou para ficar mais e estou muito confusa agora.
Eu estou bem perdida, fim de intercâmbio é muito complicado. Eu não sei a que mundo eu pertenço. Mas, vou aproveitar cada segundo e parar de me estressar a toa. Ontem, assisti filme com a Anne até tarde, e sei que nossa amizade mais linda do mundo vai continuar para sempre.
Pois é, esses são os meus relatos das semanas. Próxima vez que eu escrever vou contar sobre o Pink Floyd Project que vou assistir aqui na minha cidade e minhas viagens a Berlin e Copenhague! :D
Agurardem :D

Wednesday, March 30, 2011

Só passei pra escrever que sinto a mais pura felicidade, estou completa. Tantos sonhos, tanta cobrança eu sempre tive... Mas, agora, nada mais realmente importa, eu já sou feliz. Vou continuar lutando pelos meus sonhos, mas sei que já sou completa.
Por que?
Só porque tenho duas vidas, duas famílias, duas escolas e amigos que me amam e que eu amo muito ao redor do mundo!

Brasil X Dinamarca

Tantas coisas aconteceram que eu nem lembro mais! Uma semana na Dinamarca é um mês no Brasil, há tantas novidades, informações, pensamentos loucos. E minha função de filosofar e sonhar acordada foi ativada, o que me faz parar e apreciar pontos fixos por horas e relembrar-me de tudo o que eu sonhei e vivi quando me preparava para vir para cá, o início do intercâmbio e o que eu penso agora. Estou tão diferente, melhor eu acho. O mundo ficou pequeno, os amigos estão espalhados por tantas países, e o coração aprende a amar a todos, não importa o quão diferentes e chatos às vezes as pessoas são. hahaha Sei que parece breguinha, mas é como eu me sinto. Eu amo demais aqui, amo minha irmã e percebi quanto amigos que me adoram eu tenho! Talvez minha vida social aqui é melhor que a do Brasil, me sinto mais em casa, menos louca aqui. Porém, ao mesmo tempo, já estou começando a me preparar para voltar. É bem cedo ainda, e já tenho pesadelos, medo de voltar... Mas, ao mesmo tempo, eu QUERO ABRAÇAR MINHA FAMÍLIA!
Bom, semana passada saí com meus amigos no final de semana, fomos para a festa e depois dormimos na casa do Francisco. Passamos o dia inteiro seguinte a festa deitados na cama assistindo filme e comendo chips. Foi ótimo, nunca tive tantos teenage days como tenho aqui, sem responsabilidade, só curtir! E enquanto estamos nesses dias, sempre começam as conversas linguisticas, quando ensinamos e aprendemos a língua dos amigos. É engraçado, sempre que se anda com intercambistas, há conversas sobre línguas e regras gramaticais. ADORO!
Terça feira estava muito ansiosa porque meu amigo do Brasil que é intercambista na Noruega ia vim me visitar e passar uma semana comigo. Eu estava muito estressada porque queria que fosse uma viagem perfeita para ele, mas é meio difícil aqui na colonia. hahaha O importante é que foi ótimo, porque por mais que eu viva num lugar pequeno, é lindo demais e eu tenho BONS amigos e nós saímos sempre. O Giovani começou a fazer parte da nossa turminha de amigos, porque é muito fácil ser aceito no grupo, basta ser aberto e legal, e ele é muitooo gente fina. Bom, segunda e terça fiz faxina na casa e preparei todos os detalhes pra chegada dele à Dinamarca. Fui buscá-lo com meu irmão no aeroporto que é uma hora e meia da minha casa. Meu irmão é muito querido, conversamos demais sobre problemas e medos. E eu contei para ele que eu me sentia muito confusa porque um pedaço da minha outra vida ia vir me visitar. É estranho porque aqui temos uma mundo e no Brasil um outro mundo, é como se essa fosse minha segunda vida. Não foi tão estranho porque ele também está em um outro mundo agora, e muito parecido com o meu (ele tá na Noruega, é muito parecido). Imagino se fosse alguém diretamente do Brasil me visitar, eu acho que eu ia pirar!
Nos encontramos no aeroporto e nos demos aquele abraço cheio de saudades. Chegando em casa, conversamos até à 1 da manhã! No dia seguinte, ele veio para a escola comigo, foi surreal falar português aqui. De tarde saímos com o Søren (meu colega), a Anna (minha melhor amiga) e o Francisco. Comemos sorvete e andamos pelo porto da cidade. Quinta saímos com o Francisco na minha vila, caminhamos um pouco e fizemos um piquinique. Depois pulamos na cama elástica umas duas horas, foi ótimo! Depois assistimos séries. De noite, fizemos pizza juntos e grostoli!!! Sexta voltamos para casa e de noite fomos para århus! Iríamos dormir em um hostel, mas mudamos de ideia (já tinha me irritado, porque eu e meus amigos somos muito confusos e sempre mudamos de opinião!). Enfim, deixamos as mochilas na estação e caminhamos muito. Paramos em um concerto de rock muito legal, depois caminhamos mais e chegamos em um bar onde dançamos muito. Minhas amiga Charlotte começou a ficar muito cansada e íamos pagar um taxi pra ela ir pra casa. Mas todos entraram no ônibus com ela e eu, Giovani e Vaclav ficamos sozinhos às 2 da manhã. Não tem problema na Dinamarca, at all! Vou sentir saudades de caminhar entre uma festa e outra no meio da noite sem ter medo. Caminhamos bastante, achamos um bar e ficamos dançando e conversando até às 7 da manhã! Sair aqui é ótimo, e é sempre eu e o Vaclav que aguentamos nas festas até tarde aqui, e ia ser o Giovani também se ele largasse a Noruega e se juntasse ao melhor país do mundo para intercambio: Dinamarca! hahaha
Voltamos para a casa da amiga do Vaclav, ela é muito legal cedeu casa a todos. Dormimos entalados em um quarto, acordamos cedo, nos arrumamos e continuamos a nossa jornada! Fomos a Den Gamle By, a cidade antiga. Linda demais, ponto turístico em aarhus. Depois fomos ao museu de arte moderna e vi coisas que eu não tinha visto ainda (já fui lá 5 vezes). E passeamos pela cidade, tomamos café. Foi um ótimo dia, muito divertido.
Domingo fomos à praia com minha família, caminhamos bastante. E segunda passeamos por Ringkøbing de novo com alguns amigos. Segunda de noite tínhamos planejado fazer uma festa do pijama! Cozinhamos até às 8 da noite, tínhamos três tipos de sobremesa, risotto com ervilhas, e pipoca e chips. Botamos pijamas, fizemos desfile de pijama, guerra de travesseiros, jogos de criança... Foi um máximo! E depois arrumamos toda a bagunça porque somos bons filhos! hahaha E aí assistimos um filme até às 2 da manhã. No dia seguinte, eu me sentia muito mal devido à comilança. Então, Giovani e eu dormimos e faltamos aula, afinal o Gi tinha que arrumar as malas. Daí a Anne foi pra escola e voltou, ela ficou uma aula na escola e descobriu que não aguentava mais. Daí ela ficou dormindo comigo e o Gi até uma da tarde. Acordamos, fizemos almoço e comemos o resto das sobremesas e assistimos séries. Depois fomos para Skjern, encontramos Vaclav e Charlotte, tomamos um café e conversamos e chegou a hora de dizer tchau. Fiquei com aquele vazio depois de dizer tchau pro Gi. Han passer fint til Danmark. Não sei como explicar, esse seria o lugar certo pra ele. :D
Voltei pra casa e Anne e eu tivemos nossas longas caminhadas na qual conversamos todas as coisas mais íntimas em dinamarquês. Fico feliz por conseguir ter conversas sérias nessa língua, e minha irmã ajuda bastante! Ela disse que já estava esquecendo inglês antes do Gi vir porque agora ela gosta de falar só dansk comigo! :D Chegando em casa, jantamos e assistimos séries. Dormi. Hoje vim pra escola e estou aqui, cansadaaaa.
Quando o Giovani veio eu percebi como eu tenho bons amigos aqui e como eu estou parte da sociedade danesa, me sinto muito danesa, me sinto muito do mundo. E eu tive muitos sonhos com o Brasil. Sonhei que eu voltava pra casa e sentia um vazio enorme e a sociedade queria me dominar, me fazer agir daquele jeito caixinha fechada dos Brasileiros, temos que ter toda nossa vida planejada, faculdade, trabalho, casa, filhos, MORTE! hhahaha Eu aprendi a não controlar tanto aqui, a ser jovem, a fazer escolhas, tentar e escolher de novo... O Brasil vem para mim como uma pressão, a Dinamarca é liberdade. Eu amo meu país, quero voltar, mas ao mesmo tempo tenho muito medo. E sei que para sempre vou vim visitar, porque amo as pessoas aqui e quero que elas, para sempre, façam parte da minha vida. Minha irmã realmente vai ser minha irmã pra sempre, nós somos perfeitas uma para outra apesar das brigas de irmãs. Eu tive muita sorte, posso não ter a MELHOR família, mas tenho a melhor irmã e os melhores amigos! :D

É, chega de escrever, já tenho que planejar as atividades do findi. Foundue na casa da Charlotte (ela é da Suíça!) e aníver do Chico sábado. Vai ser um findi de comilanças pra variar :P hahaha

Vi ses!

Thursday, March 17, 2011

Essa semana/ Denne uge

Sábado, tive uma ótima noite com meu irmão e a namorada dele da Itália que estava aqui por uma semana. Eles fizeram massa al pesto e muffin vegetariano, então comi demais! hahaha Gosto muito deles, eles são aquele tipo de pessoa aberta, culta sem querer se fazer de culto! Mas, eles são pode cre demais!
Mas, usei meu sábado para organizar fotos, escrever no blog e também arrumar as coisas de volta no armário.
Domingo, fomos para a escola da minha mãe. Assistimos um opvisning de ginástica. Foi muito legal. Eu e a Federica rimos o tempo todo. Eu gosto dela porque me sinto com uma pessoa mais brasileira, tipo Itália já é bem menos frio que aqui :P
Mas, esse não é o ponto. Logo depois, apresentai sobre intercâmbio e AFS para 60 pessoas em dinamarquês na escola da minha mãe. Todos amaram, as pessoas me parabenizaram muito por eu falar tão bem em tão pouco tempo, e convenci muitos a pensar sobre ser intercambista ou host family. Me senti tão bem, eu sempre sonhei em estar aqui, e agora estou tendo a chance de compartilhar com as pessoas minhas experiências e as diferenças entre minha cultura e a cultura dinamarquesa. Minha mãe ficou muito orgulhosa, ela me abraçou tão forte, me senti amada por ela. Domingo à noite, mais comidas deliciosas da Federica! E eu estava me sentindo tão bem, nunca fiquei tão bem com minha auto estima. Acho que foi um dos momentos mais altos do meu intercambio, cada coisa no seu lugar, tudo perfeito.
Na Segunda, eu fui pra casa do Vaclav cortar meu cabelo. Não estava me sentindo bem, e ele e o chico faziam piadas de mim o tempo todo. Fiquei muito chateada, mas nada demais. Daí minha irmã voltou e eu fiquei mega feliz de novo, conversamos até meia noite. Ela estava na Noruega. E ela me abraçou e disse: "Cari, tu foi a pessoa que eu mais senti saudades, não sei viver sem ti!" Eu achei tão lindo, ela me ama de verdade! Apesar de termos nossos dias de brigas... Todas as irmãs têm!
Terça o Francisco foi na minha casa fazer power point para mais uma apresentação sobre intercâmbio. E falamos sobre todas as coisas que já fizemos, o como mudamos, o como nos preocupávamos se algum dia falaríamos dinamarquês! E agora, nossa vida é aqui, temos tantos amigos... Depois, assistimos How I met your mother... Apesar de ele ser irritante, sei que o Francisco é um amigo que vai ficar pra sempre! ahahah
Indo para a ginástica, vi o céu mais lindo do mundo. Estava escurecendo e tinha um arco-íris em todo o horizonte. Na frente os cata-ventos brancos contrastando. Eu sempre paro e respiro fundo quando estou andando pela Dinamarca. Eu aprecio cada detalhe, e sinto a magia que exala dessa terra dos contos de fada. E então relembro tudo que vivi aqui e imagino o que vou viver aqui. Quero trazer minha família, meus amigos e quem sabe um dia meus filhos para conhecer o meu segundo país!
Quarta saímos da escola e fomos para Ulfborg com a mãe do Chico. A escola dela era muito bonita e organizada. Conversamos muito com as professoras, elas estavam encantadas com a gente porque falávamos dinamarquês entre nós (Francisco e eu). E então, nos apresentamos para sétimo, oitava e nona série. Os alunos estavam parados, calados, nos olhando como se fossemos astros de cinema. Foi estranho, eu não estava mais acostumada com esse olhar, porque no ginásio eles me tratam normal hahaha E eu e Francisco apresentamos tão bem, e falamos sobre como é ser intercambista, o processo de escolha, o último mês no Brasil, como é o processo de adaptação, ensinamos português e espanhol... Ficamos falando por duas horas, mostrando comidas brasileiras e chilenas, mostrei o orkut porque eles perguntaram se tínhamos facebook no Brasil. Eles perguntaram muito e me senti bem por estar fazendo aquelas crianças conhecerem mais o mundo e, talvez, ajudando eles a tornarem-se intercmabistas no futuro, ou somente ensinando-os a tratar bem pessoas que vêm morar nesse país. Mostrar o como é difícil mas satisfatório um intercâmbio. Não sei explicar, penso muito em todas as pessoas que fizeram a diferença no meu intercambio, no meu contato com o mundo, nas minhas escolhas. Quero agradecer a todas elas, porque, às vezes, só um pequeno conselho, aqui me fez tomar a decisão certa. Quero poder ser tão importante para alguém como todas essas pessoas foram para mim.
Saindo de lá, encontramos meu amigo Jonas, da classe de espanhol. Ele me ama, me abraça sempre. Adoro o Jonas, ele é o meu melhor amigo dinamarques, não precisamos falar nada, só ficamos juntos sempre fazendo temas hahahaha
Cheguei em casa e assisti série, estava muito cansada. Depois diz pizza e fiquei dançando pela casa. Agora o clima na minha casa voltou a ser estranho, porque a Anne voltou e ela e minha mãe não se dão bem, e porque a Federica foi embora e o Kristian fica chato de saudades dela :/ Eu vou sentir saudades dela também, ela é uma pessoa muito legal! E até me convidou pra ir pra Itália! :D
Ontem à noite, assisti Glee com a Anne. Quero aproveitar cada segundo com as pessoas aqui, porque fazendo o power point chorei de saudades antecipada até das pessoas que não são tão importantes assim pra mim.
Bom, é isso aí. Agora estou lanchando na escola com o Jonas!
Vi ses! :D


Saturday, March 12, 2011





LONDON!

Minha maior sorte no intercâmbio foi estar na turma que viajaria para Londres. É muito difícil viajar com a AFS, somente com a turma e com a família eu tenho autorização. Então, minha viagem da escola foi para o lugar que eu sempre sonhei em morar: LONDRES! Minhas expectativas eram tantas, eu tinha medo de ficar decepcionada. Mas, muito pelo contrário, eu nunca me senti tão bem quanto lá, é como se a cidade tivesse sido feita para mim sob medida! hahaha
Vamos começar pelos pontos psicológicos de intercâmbio e depois conto o meu tour. Essa viagem fez com que eu e minhas colegas nos aproximassem muito mais, e pude ver o quanto eu gosto delas e elas demonstraram o quanto gostam de mim. Acho que elas tinham medo de demonstrar antes, mas depois ali ficou mais fácil. Minhas melhores amigas são as que ficaram no quarto comigo: Helene, Sanne e Camilla (A Arnella tb estava lá, mas não conto muito); também gosto bastante da Emilie, Nanna e Cecille. Elas me admiram por eu ter saído de um país tão longe, sem saber a língua e ter aprendido tão rápido a cultura, a língua, a me sentir em casa. Elas gozam do meu sotaque e minhas palavras inventadas em dinamarques, mas me disseram que eu falo muito bem mesmo e que elas estão orgulhosas de mim (olha que fofas!) :D Mas, em Londres, extrapolei um pouco e falei muito inglês (o que foi um alívio para o meu cérebro).
Coisas estranhas: todos sentiam muita saudades de casa, da sua própria cama e tal; eu não senti saudades, é como se agora a minha casa fosse o mundo. É estranho explicar, mas me sinto confortável com muito pouco agora, parei de reclamar de tudo como eu fazia no Brasil : saudade da comida da minha mãe, saudade da cama, do banheiro... É claro que eu tenho um lar e sinto saudade dele, mas eu não tenho mais essa necessidade que meus colegas têm. Eu me senti muito em casa em Londres, e está cada vez mais fácil para mim me sentir em casa em lugares que eu não conheço... Acho que o intercâmbio nos faz tão maduros, seguros de si mesmo, que nos tornamos nosso próprio lar. Minhas amigas estavam o tempo todo preocupadas que eu não ficasse sozinha no quarto, mas eu disse que eu comecei minha jornada completamente sozinha, então agora, eu não tenho mais tantos problemas com isso. Sei lá, me sinto tão diferente. Quando chegamos na Dina hoje, me senti estranha. Todos voltando para casa. E eu não. Onde é minha casa agora? Eu sempre vou ter meu lar no Brasil, mas onde vai ser o meu futuro lar? Eu me senti sozinha, mas bem. E então, quando cheguei em casa, meus pais dinamarqueses me abraçaram e disseram: "Velkommen hjem, cari. Vi har alle sammen savnet dig!" "Bem vinda ao lar! Nós todos sentimos saudades!" E eu me senti em casa de novo, e senti que tenho muito mais que meus amigos: eu tenho duas famílias que me amam (claro que a do Brasil é a melhor e a que eu amo mais) uma em cada canto do mundo!
Outra coisa estranha que aconteceu: eu virei muito patriota! Toda vez que eles falavam: Todos aqui são da Dinamarca, eu ficava puta e dizia: eu sou brasileira. Eu devia ter orgulho de falar dinamarques e ser confundida com uma danesa, mas eu não quero nunca ser confundida com uma nação que não é a minha. Por mais que eu ame o mundo inteiro, aprenda outras línguas e culturas: EU SOU BRASILEIRA, COM MUITO ORGULHO, COM MUITO AMORRRR! :P

Mas, vamos ao tour.
Primeiro Dia (Domingo): saímos de casa bem cedo, pegamos o avião no Billund, e chegamos em Londres! Minhas colegas fizeram festa no avião, porque elas não estão tão acostumadas a voar já que aqui tem algo maravilhoso que se chama trem! :D Em Londres, pegamos o metro para o nosso hotel. Era um hotel muito simples. Minhas amigas me escolheram pra ficar no quarto com elas, eu dormia na terceira cama do triliche, muito alto! :P Me senti muito bem com elas, elas são amigas muito queridas e engraçadas. Finalmente, consegui ser eu mesma com elas e elas começaram a gostar muito de mim. Claro que não vamos ser as amigonas, mas boas amigas é suficiente para mim :) Então, largamos as malas, e fomos para o mercado punk. Uma rua cheia de lojas de roupas estranhas e as lojas eram mega decoradas. Eu, o Jonas e o Søren fomos numa loja de vinis: eu comprei um lindo dos BEATLES! Depois fomos em um café. À noite, jantamos em um restaurante de comida italiana perto do hotel.

Segundo Dia(Segunda-feira): Tomamos o café da manhã (pão e manteiga) e fomos para o metro. Aí eu já estava sabendo mais ou menos como o underground funciona (eu, a menina mais perdida do mundo sabendo usar o sistema de metro prova como ele é fácil!) hahahah Chegamos em Westminster e saindo da estação, subindo aquela longa escadaria, se podia ver o prédio maior e maior, e quando se chaga lá em cima o relógio aparece gigante. Foi uma emoção indescritível. Eu absorvi todos os detalhes em um olhar e eu queria pular para librear toda essa energia dentro de mim. MEU SONHO, eu estou realizando meu sonho. Cada grupo teria que falar sobre um lugar, o meu grupo falou sobre o parlamento. E assim fomos andando por toda a Londres, nos principais pontos turísticos. Passamos pelos parques mais lindos, pela casa do primeiro ministro, o palácio da rainha... tantas coisas... Após tudo isso, fomos para o Mc e eu comi meu primeiro hamburger vegetariano. Em Londres há muitas opções para vegetarianos, amei! Saímos de lá, e tentamos ir na Abadia de Westminster, mas não deu porque demoraríamos uma hora e meia na fila! Então, fomos para a Oxford Street. Eu não queria fazer compras em Londres porque eu queria aproveitar o máximo de tempo em passeios, mas tirar um tarde pra compras com as amigas é algo fundamental, além do mais, as lojas são como museus de tão grandes e lindas! A rua é bonita demais, e as roupas nem me fale! Amei o estilo de Londres! O problema é que Londres é cara, mas era uma semana da minha vida para aproveitar o máximo! Á noite, jantamos em um restaurante italiano, mas barato e ruim. ahahah Voltamos pro hotel e planejamos os passeios do dia seguinte.

Terceiro dia (terça-feira): Fomos ao The British Museum. Chegando lá, escrevemos uma mensagem para o nosso professor de Oldtidskunskab, uma matéria que estuda roma e grécia antiga, com o nosso corpo em formato de letras na escadaria do museu. E quando entramos lá, me realizei. Vi a Pedra Rosetta e tantas outras estátuas e pinturas da Grécia Antiga, do Egito... Vimos pedaços do Parthenon, múmias... Fizemos a nossa caça ao tesouro, tivemos que procurar algumas obras e escrever sobre elas pro professor de old. Saindo de lá, comemos no Star Bucks. Na volta, toda a turma pegou o trem em direção a cervejaria. Ficamos lá por algumas horas, num tour para aprender como se faz cerveja. O guia era igual ao meu vô Dante, me bateu uma saudades dele! :(
Voltamos pro hotel. Eu e minhas amigas fomos no restaurante na frente do hotel, um restaurante grego. Fomos muito bem atendidas, eles nos deram batata-frita de graça e o dono ficou conversando com nós o tempo inteiro. E aí ele contou que a irmã da rainha da Dinamarca come sempre ali quando vem para Londres e também, adivinhe quem mais é cliente de lá?! O PELÉ!!! E o dono do restaurante sabia até falar umas palavras em português! Foi muito tri!
Nos arrumamos pra festa! Saímos eu e minhas amigas por Londres. Entramos num bar furada, cheio de homens assistindo futebol e tinha muito brasileiro lá (a viagem inteira tinha muito brasileirooo). Fomos caminhando pela vizinhança, linda demais, cheias de restaurantes chiques. Chegamos na loja da Apple e pedimos informação pra duas mulheres, e uma delas indicou um bar brasileiro porque ela era brasileira também! Mas, fomos acabar em um pub muito surreal, com um design muito diferente! Amei. Sentamos lá, tomei uma caipirinha(!) e jogamos alguns jogos. Pegamos o metro e fomos para outra região de londres. Lá tinha uma bar muito legal, pub no pimeiro andar e danceteria no underground. Daí custava para entrar e nós desistimos. E aí os guardas começaram a nos chamar e entramos de graça e ainda por cima na frente das pessoas que estavam na fila, porque éramos um grupo de meninas de outro país! hahahah Nos divertimos muito, conversamos com pessoas do mundo inteiro e dançamos muito. Encontrei mais brasileiros lá e também argentinos chatos:P Saímos 00:15, mas não tinham mais tubes nem trens pro hotel. Então caminhamos até um dos lugares mais lindos de Londres: Trafalgar Square. De lá pegamos um taxi. Nunca me diverti tanto em uma festa!

Quarto Dia (quarta-feira): Tomamos café e fomos para o The Natural History Museum. Fomos andando por um parque lindo, e passamos perto de um monumento gigante que saudava o poder imperial da Inglaterra. De lá, chegamos no museu. Lindo e gigante. Vimos dinossauros, a área de ecologia, a área de primatas, a área de evolução, a área dos insetos... Nem vou descrever tudo, vale a pena ir lá e conferir. E depois, eu, Søren e Jonas nos apressamos para a estação. Comemos um sanduíche de um restaurante cujo dono era brasileiro e no qual a música sertaneja tocava a mil... ahahaha Pegamos metro e chegamos na estação de trem meio perdidos, mas conseguimos nos encontrar em meio a milhões de pessoas, partidas e chegadas. Fomos na sorte, indo para um lugar meio fora de Londres, sem nem saber direito onde era. Eu liguei para a Universidade dizendo que nos atrasariam, mas eles eram meio desorganizados e não passaram o recado. Chegamos em Kingston, um bairro muito simpático de Londres. Lá, a maioria são universitários. Mas, demoramos cerca de 20 minutos para achar a universidade. Isso significa que o estudante que ia nos mostrar a escola tinha ido embora. Eu tinha ligado, então não foi nossa culpa, mas mesmo assim fiquei com vergonha. Esperamos meia hora por um professor, Soundeep, da Índia. Ele era muito legal, nos mostrou a Universidade, as casas de estudante, o bar do estudante e as associações de estudantes... Uau! Muito fácil de conseguir estudar na Inglaterra, o problema é que mesmo sendo uma Universidade Pública, é caro. E a Universidade não parecia tão boa assim, mas eu quero procurar bem e quem sabe fazer faculdade em Londres, seria o sonho!
Voltamos pra casa, me arrumei, comi um sanduba e fui para o musical. Billy Elliot! O filme é melhor, mas o musical é ótimo, engraçado, mas tem horas de chorar. O Billy tinha 10 anos e dançava perfeito, me apaixonei. Todos cantavam muito bem e atuavam bem também, e o cenário e roupas eram de abrir a boca! A maioria da turma foi no musical We will Rock You, mas acho que Billy Elliot foi a melhor escolha, é o meu filme favorito!

Quinto dia (quinta-feira): Fomos para o Museu Imperial da Guerra. É muito bonito, cheio de tanques, aviões de guerra e coisas antigas. Fui na seção da guerra das crinças, e vi uma figura com o nome da AFS! Fiquei muito feliz de saber que estou com uma organização de intercâmbio que começou com o objetivo de ajudar as crianças a sair da guerra. Depois fui na seção do holocausto, era muito chocante, mas muito bem organizada e com muitas informações.
Saindo de lá, fomos para o Tate Modern. Caminhamos pelo Queens Way perto do rio e do London Eye. Vimos pessoas cantando na rua (ah, também sempre tinham umas no underground!) e vestidas de personagens de filmes. No Tate, somente eu, os meninos e os professores subiram para ver arte. Foi muito legal, é um museu gigante cheio de exposições.
Eu, Søren e Jonas almoçamos em um restaurante à beira do rio, muito chique. Depois, voltamos ao London Eye, mas a file era gigante... Então, infelizmente, decidi que não seria dessa vez minha chance de subir lá no alto. Pegamos o metro e fomos para Tower Bridge, Tower of London e um monumento de Guerra, muito lindo por lá. O bom de andar e pegar metro é que conhecemos não somente o lado turístico e famoso, conhecemos Londres de verdade. Batemos mil fotos...
Na volta, toda turma foi jantar fora. Pegamos o metro para o restaurante, mais uma vez, de comida italiana. O legal de falar uma língua latina é entender os pratos e traduzir pro dinamarques pras minhas colegas! :D Andamos todos juntos por Londres e acabamos em um pub perto do hotel (o qual já tínhamos visitado na segunda noite). Dormimos.

Último Dia (sexta-feira): acordamos, arrumamos as malas, pegamos o metro com malas para Liverpool st. e lá, comemos no Starbucks. Depois, eu, Jonas e Søren fomos de metro até Abbey Road, batemos mil fotos (eu pisei no mesmo lugar que o Paul McCartney), compramos Beatles things na lojinha. Voltamos para a King´s Cross st. Tínhamos 10 minutos só lá, porque tínhamos que estar a 1 hora na Liverpool st. Mas, acabamos nos perdendo na King´s Cross e eu perguntei pro guarda onde ficava a estação 9 3/4 e ele disse: Para ir para Hogwarts, vocês têm que atraves
sar a rua e ir em outra estação. Achei a maior graça, que fofo! E eu corri muito, e achamos um cantinho com um adesivo colado e um carrinho. Nem deu tempo de me decepcionar, de tanto que tínhamos que correr, batemos fotos e voamos. Chegamos em tempo em Liverpool st. para comer um sanduíche e alimentar as pombas.
Pegamos o trem para o sul da Inglaterra, vimos paisagens lindas e monótonas longe de Londres. E esperamos 2 horas para embaracar no naviozinho. Entrando lá, foi a primeira vez que viajei num barco. Era quase um hotel, bem chique. Comemos a janta, passeamos, ouvimos um cantor no bar... E eu dormi 12 horas por causa do dramin. hahaha 18 horas de viagem, chegamos na Dinamarca, vim pra casa e estou a escrever, aproveitando meu restinho de sonho... Ainda estou com o gosto de Londres na minha boca hihihi

Extras:
  • meus professores são maravilhosos, muito legais, inteligentes, já moraram no mundo inteiro!
  • eu amo as escadas do underground. Elas sobem tanto e você não enxerga o fim!
  • eu amo o sotaque britânico
  • eu me senti tão bem em Londres, tenho quase certeza de que é a cidade na qual eu vou morar. Mas, tem esse problema de ficar longe de quem a gente mais ama no mundo : pai e mãe. Pensei muito na minha família em Londres, em como seria legal estar com eles lá :(
é isso aí. Não dava pra escrever menos sobre algo que significa tanto pra mim!