Saturday, January 1, 2011

Muitassss coisas/ Mangeeee tinge

Primeiramente, Godt nytår alle sammen! Feliz Ano Novo a todos!
Tantas coisas aconteceram nessas férias de natal na Dinamarca; um dos melhores e piores momentos do meu intercâmbio. Vivo essa contradição de amor e vontade de ficar para sempre na Dinamarca, e a vontade imensa de pegar um avião só pra poder curar um pouquinho esse buraco que a saudades abriu em mim. Eu sempre tive a certeza que eu pertencia ao mundo, e mais do que nunca eu sei disso... Eu deixei minha casa aos 17 anos e enfrentei de cara o desafio de morar num outro mundo, porque é quase isso, né? E eu imaginava tudo tão diferente, astronômico...Mas, no fim, as pessoas e os lugares não são tão diferentes assim... E, estou aprendendo agora que o mundo é tão pequeno, é tão fácil conhecer ele, descobrir outras culturas... Mas, eu não preciso idolatrar nada como eu fazia antes, antes quando o mundo era algo impossível de se explorar. E, não sei porque, mas acho que o Brasil vai ter muito mais oportunidades pra mim do que aqui, sei que vou voltar muito feliz por tudo que vivi na Dinamarca mas mais feliz ainda por acreditar no potencial do meu país! Porque, por um bom tempo, eu não quero falar com meus pais só por skype... :/
Bom, falo toda essa introdução, porque as férias me dão muito tempo pra pensar e aí eu filosofo maluquices. E também porque eu descobri o quanto as pessoas me amam aqui e o quanto elas querem que eu fique, e percebi que eu tenho uma vida aqui... É tão estranho pensar que eu conquistei tudo isso em cinco meses, exatos cinco meses.
No dia 26, eu e minha família fomos para Sjælland, ilha de cope (desculpa se está escrito errado). Então, depois de 4 horas sentada no meio das minha duas irmãs porque eu sou muito querida e nunca reclamo, chegamos na casa da irmã do meu pai. Eu tinha dormido muito pouco, afinal eu tinha falado com o Brasil horas na noite anterior. E aí sono = dinamarques ruim. Sono + muitas pessoas falando ao mesmo tempo com sotaques de toda a Dinamarca + vergonha de pessoas desconhecidas = Carina com crise de dinamarques! Comemos o dia inteiro, sem mentira, da uma da tarde até às nove da noite. Conheci um dos meus primos que vai morar no Brasil por um tempo, daí já me empolguei querendo ensinar coisas pra ele, mas ele não tava muito interessado em aprender, é aqueles viajantes que só querem ver as belezas do Brasil mas não estão tão interessados assim na cultura. Foi muito chato e eu só queria estar em casa com a minha mãe, juro, o meu coração tava rachado de saudades. Depois que toda a família foi embora, eu e minha mãe caminhamos na neve. Estava nevando muito e o cenário era tão mágico, fico feliz por ter conhecido lugares tão lindos, a cara da Dinamarca. As casinhas com telhado diferente, tudo escuro, a neve caindo em flocos gigantes, e parece que flutua no ar, tão lindo o jeito que a neve cai. E a neve que fica nas casas naquela camada grossa que parece um desenho de livros de conto de fada, que torna todos os lugares natalinos, que te dá vontade de comer creme. Sim, a neve de verdade é assim mesmo. Eu achava que era invenção dos filmes, mas não, é melhor ainda na realidade.
Voltando pra casa da irmã do meu pai, jogamos muito dominó e falamos muito dinamarques. Ela é muito muito querida. Eu fui dormir no meio da sala de jantar, mas foi muito confortável. Uma vez eu era muito chata pra dormir na casa dos outros, agora durmo em qualquer lugar... é assim que a gente cresce no intercâmbio, a gente não reclama, faz o que precisa fazer. hihihi E minha mãe me ligou de noite e eu fiquei mega glad, muito feliz mesmo! E minha mãe daqui ficou toda emocionada porque eu descobri que ela tem muita empatia com minha mãe do Brasil, e ela não tinha conseguido falar com o filho dela na África então ela tava louca pra que a minha mãe conseguisse falar comigo; fiquei feliz porque ela disse: A gente se fala quase todo dia. Isso quer dizer que eu não preciso ficar escondendo que eu falo muito com meus pais.

No dia seguinte, ficamos conversando, andamos mais um pouco na neve. E daí pegamos o carro. No momento, minha família está passando por uma fase de brigas, então todo mundo fica se criticando e gritando o tempo inteiro. No meio disso tudo, eu me perdi, e achei que a gente tava indo direto pra casa da minha vó. E, do nada, minha mãe me pergunta: O que tu vai querer ver em copenhague? E aí eu fiquei mega feliz, minha primeira vez em copenhague. Chegamos lá e caminhamos muito. Estava muito frio e cheio de neve, o que não é tão bonito em cidade grande porque a neve fica toda suja. Mas, amei copenhague. É uma cidade grande mas com quase todos os prédios antigos e com estilo dinamarques, de tijolinhos. E sabe as estalactites, tem muitas nos telhados, por tudo...E algumas tinham um até dois metros... É, realmente estava frio. Demos uma volta nos pontos principais da cidade, fomos no palácio antigo do rei, no palácio novo (onde tem os soldadinhos com aquele capacete gigante, iguais aos da Inglaterra), fomos no Nyhavn que onde tem as casinhas coloridas com os bares, fomos na rua das compras com muitassss lojas. Mas foi só uma volta por cima, tínhamos apenas 2 horas. E meus pais falaram que eu vou voltar na primavera porque no inverno copenhague não tem graça. Mas vou morar lá uma semana agora em janeiro, no mini intercâmbio, e depois vou em fevereiro com meus pais e na primavera também. Então, vou conhecer København muito bem!
Voltamos para a casa da minha farmor, mãe do meu pai. A casa dela é numa cidadezinha a 30 minutos de cope. Jantamos lá, comemos sobremesa e eu contei pra ela um pouco sobre o Brasil, tinha uma enciclopédia com fotos e tal. Depois caminhamos de noite e fomos até o mar, tinham placas enormes de gelo e o porto estava coberto de neve, era um lugar muito assustador e só de olhar tu se congela. Lá do outro lado eu conseguia ver as luzes, bastante próximas, da Suécia! Eu e Anne dormimos num apartamento sozinhas, ficamos conversando até tarde. Ela disse que me ama demais e que adoraria dividir um quarto comigo quando fossemos morar em cope juntas. E eu percebi o quanto ela gosta de mim, apesar de ela não ter muita paciência com o meu dinamarques. E também minha família fica o tempo todo dizendo que eu não vou voltar, que eu vou ficar aqui, que é fácil eu conseguir uma bolsa. Amo muito eles e sei que eles também me amam. Mas, eu quero voltar pro meu Brasil. Pelo menos, por enquanto, não estou pronta ainda. Entretanto, vou aproveitar demais meus últimos seis meses de Dina!
No dia seguinte, fomos no museu Lousiana, que tinha vista pra Suécia. É um museu lindo e um dos melhores da Dinamarca; tinham exposições lindas. Saindo de lá, dicemos tchau pra farmor e fomos viajar pra casa.
Meus pais largaram eu e a Anne na estação de Fredericia e de lá fomos pra århus. A Anne tava tão empolgada que ela chegava a ser chata. E eu estava, pela primeira vez na vida, fazendo uma coisa muito adolescente; saindo de uma viagem diretamente pra outra sem pensar! E chegamos em aarhus e andamos muito no meio da noite. Fomos num cinema alternativo e o dono do cinema vinha do Panamá e falou muito espanhol comigo! O filme era ótimo, e era muito tri não ter planos ou horários. århus é uma cidade linda, a segunda maior da Dk. Voltamos pra rodoviária, nos arrumamos num banheiro mega pequeno e fomos pra festa! Encontramos o ex da Anne num bar de rock. No início ninguém falava comigo, mas depois conversei com muitas pessoas (em dinamarques) e aí ninguém acreditou que eu era realmente do Brasil. Minha irmã veio me dizer que eles achavam que eu tava me fazendo. Dinamarqueses bêbados + música alta + Carina empolgada pra falar dinamarques = ninguém percebeu meu sotaque! : D Depois de um tempo, a Anne fez o que meus pais tinham proibido, ela ficou bêbada e agarrava todos os caras do bar. Então nós éramos o cetro das atenções no bar, o que foi incrivelmente vergonhoso porque eu não estava bêbada e via os absurdos que ela fazia. Me irritei um pouco, ela tinha me prometido que não ia beber. Mas esse é o problema das dinamarquesas, desculpa generalisar, mas quase todas são assim... Elas bebem e ficam se fazendo! E elas bebem até cair.
Chegamos na casa do ex da Anne ás 5 da manhã. Eu tava podre, dormimos até o meio dia. Eu conversei demais com o namorado dela, ele era muito tri! E a casa era uma casa muito confortável. Antes tava com vergonha de dormir no mesmo quarto e tudo de uma pessoa que eu não conhecia, mas na verdade, ele é aquele tipo de pessoa que parece que tu conhece há anos. O padrasto dele vem do Canadá e ele disse que nunca viu alguém aprender dinamarques tão rápido como eu! Mas, enfim, falamos inglês porque amobos eu e o padrasto não falamos tão rápido assim dansk. Ele fez omelete canadense perfeito pra mim e pra Anne. Amei aquela família, muito legais. Ficamos conversando até às três da tarde; e tomando mate (eles foram pra Argentina e compraram), foi ótimo sentir gostinho de chimarrão!
Saindo de lá fomos para o Aros, museu de arte muito famoso, onde tem aquela escultura de um menino gigante. Eu não sabia que esse era o museu, e daí quando eu olhei pra cima e vi o menino gigante, me emocionei toda. Mas, a minha câmera tava sem bateria, então vocês vão ter que esperar pelas fotos do cel da Anne. Só que a exposição que ali estava era sobre morte, e era muito macabra e bem feita, passei mal. A Anne passou mal também porque não tínhamos jantado na noite anterior e comemos só um ovo de café. Então, voltamos pra casa do Feliz, pegamos nossas coisas e paramos numa pizzria. Conversamos e comemos muito. E na volta pra estação, depois de ter andado o dia inteiro com as nossas malas pesadas e sacos de dormir, passei muito mal. Pegamos o trem e dormimos a viagem inteira. E quando chegamos em Herning, dizia que o trem estava atrasado e na verdade não estava, então perdemos o trem e tivemos que pegar uns três trens pra voltar pra casa. Chegamos meia noite.
Dia 30 fomos pra casa da minha mormor, mãe da minha mãe, pra um outro julefrokost. Falei muito com minha prima, ela vai pra África por dois meses, ela é bem legal.
Dia 31 me arrumei com minha irmã e fomos pra casa dos amigos do meu pai. Eles eram muito legais e a casa estava toda decorada para o ano novo. Aqui eles usam roupas de festa, e quase todo mundo tava de preto! Daí eles se reúnem e assistem ao discurso da rainha, ela lê tudo o que fala, mas minha mãe me garantiu que ela que escreve o prórprio discurso. Tinham 5 pratos e 5 sobremesas. Então comemos demais. As comidas de Ano Novo são coisas com salmão e camarão. Então, não estava tão fã. Cantamos, como sempre, músicas que tu tem que levantar ou baixar dependendo se tu é menino ou menina, casado, bonito, feio, gordo... E também tinha uma brincadeira que tu tinha que passar o pacote de presente pra pessoa que melhor combinava com a frase ali escrita. O presente estava embrulhado em uns vinte papéis. Eu ganhei duas vezes: os dentes mais bonitos (não é difícil, dinamarqueses têm dentes péssimos) e menores pés (também não é difícil, dinamarqueses são gigantes). Saindo de lá, fomos pra casa da Pernille, amiga da Anne. As amigas da Anne são muito queridas, mas estavam todas bebadas. Contamos os minutos pra meia noite e pulamos da cadeira, vimos os fogos, a Anne explodiu nossos fogos. Jogamos vários jogos e conversamos. Depois, fomos pra cidade. Tava lotado de gente nos bares e daí decidimos comer pizza. Nós iríamos dormir na casa da Pernille, mas estávamos muito cansadas, e meus pais não tinham bebido tanto (quando eles bebem muito eles voltam a pé pra casa, cerca de 6 km) e então voltamos pra casa! Dormi das 5 da manhã até às 2 da tarde. Ontem, então, fiz a limpeza geral de início do ano e de noite fizemos panquecas! Assistimos um filme em família, um filme dinamarques muito bom. E depois comemos um doce que minha mãe fez que é muito parecido com a bombinha da Stella!
Hoje fui patinar com a minha mãe, foi ótimo, conversamos muito. E depois conversei com meu pai sobre copenhague. Então, me senti menos triste, eu gosto demais daqui. Só estou assustada que as aulas vão começar de novo.
E, mesmo estando melhor, não consigo deixar de sentir saudades...

Bom, é isso aí... Desculpa escrever tanto, escrevo mais pra mim do que pra vocês, então vocês não perdem nada se não lerem. hihihih

Vi ses! :D

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